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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Ministro espanhol sugere combater o extremismo com a lei

Margallo propõe a nomeação de um enviado especial da ONU para coordenar o diálogo entre as religiões a fim de fazer frente contra o terrorismo

Madrid, 29 de Outubro de 2015 (ZENIT.org) Ivan de Vargas

O ministro espanhol de Assuntos Exteriores José Manuel García-Margallo, propôs nesta quarta-feira a nomeação de um enviado especial da ONU para coordenar todas as iniciativas de diálogo entre as religiões, a fim de fazer frente contra o terrorismo.

Margallo uniu esta iniciativa a outra proposta da Espanha no âmbito da ONU. Trata-se da criação de um tribunal penal internacional contra o terrorismo que pode "acabar com a impunidade e impor a lei" nos países em que os tribunais nacionais não conseguem julgar esses casos.

Essas duas sugestões foram feitas pelo ministro espanhol de Assuntos Exteriores durante o seu discurso de encerramento do fórum "Madrid + 10 sobre a Prevenção e Combate ao extremismo violento", organizado pelo Clube de Madrid e do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização (ICSR, por sua sigla em Inglês) da Faculdade King's College de Londres, com o apoio do Centro Internacional para o Diálogo (KAICIID), a Comissão Europeia, o Departamento  de Estado dos Estados Unidos e o Ministério de Assuntos Exteriores espanhol, entre outros.

O chefe da diplomacia espanhola explicou que esse enviado especial deveria "harmonizar todas as iniciativas que tentam promover a o diálogo inter-religioso e intercultural, em última análise, o diálogo entre os povos e a não intolerância”.

"Trata-se de trabalhar juntos na mesma direção, unir forças em vez de dividir e isso é possível por meio de um enviado especial que coordene", acrescentou ele, dando como exemplo a importância dessa figura nas tensões que estão ocorrendo entre palestinianos e israelitas em Jerusalém.

Sobre um tribunal internacional Margallo afirmou que o objetivo é a criação de uma corte que poderá resolver casos de terrorismo onde os tribunais nacionais "não podem agir", porque não têm poder para fazê-lo ou não têm os meios.

Para o ministro espanhol, "o terrorismo é um fenómeno multifacetado que requer uma estratégia multidimensional". Por esta razão, alertou que é necessária uma melhor coordenação entre as várias iniciativas.

"Há muitas iniciativas descoordenadas entre si, o que as torna ineficazes. Por isso precisamos de um enviado especial para o diálogo”. O diálogo é essencial e é necessário coordenar os esforços", reiterou.

Referindo-se às várias estratégias que estão ocorrendo na Síria com a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos de um lado e os bombardeamentos da Rússia, por outro, Margallo sublinhou que para lutar contra o terrorismo é necessária uma ação conjunta, "estar unidos e trabalhar juntos".

O ministro destacou também que a luta contra o terrorismo deve respeitar os princípios dos Direitos Humanos e o Estado de Direito. "Não se combate o terrorismo com atalhos, mas com a lei, apenas com a lei", disse ele.

Além disso, o ministro espanhol disse que é necessário ouvir as vítimas do terrorismo, dado que essa voz é a maior autoridade capaz de contestar a legitimidade do discurso terrorista. "Os terroristas não são soldados de alguma causa, não são heróis, são criminosos. Os heróis são as vítimas e precisamos contar com elas sempre”.

Por fim, Margallo chamou a atenção para a vulnerabilidade dos jovens, especialmente aqueles que estão desempregados, dado que o descontentamento e a frustração os torna mais vulneráveis ​​para serem recrutados por grupos terroristas. A luta contra o terrorismo atua nas redes sociais, por isso é necessário desenvolver uma "narrativa da paz e de compreensão" frente a outra "com pouco respeito pela vida e pela dignidade humana", concluiu.

(29 de Outubro de 2015) © Innovative Media Inc.
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