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sábado, 8 de agosto de 2015

Edith Stein – Uma vida com história

Bratislava, que então pertencia à Alemanha e hoje faz parte da Polónia, viu nascer a 12 de Outubro de 1891, Edith Theresa Hedwing Stein. A última de onze irmãos de uma família judia, foi educada na fé de seus pais, mas cedo se tornou ateia, defendendo todavia, elevados princípios éticos com uma conduta moral irrepreensível.
 
Portadora duma inteligência rara, com invulgares capacidades intelectuais, de forma brilhante obteve o doutoramento em Filosofia, foi professora notável e tornou-se assistente do seu mestre, Edmund Husserl.
 
Incansável e perspicaz investigadora, procurou com dignidade e determinação a Verdade.
 
No Outono de 1921, durante umas férias grandes passadas na Baviera, em casa de uns amigos, teve acesso à autobiografia de Santa Teresa de Ávila, intitulada “O Livro da Vida”, a qual tocou de modo profundo a sua alma.
 
Encantada, leu-o durante toda a noite e concluiu que “ ali estava a Verdade”. No dia seguinte comprou um Catecismo Católico, um Missal e entrou numa Igreja Católica na qual participou na Missa. No dia 1 de Janeiro de 1922, após um tempo de preparação, recebeu o Baptismo, facto que levou a família, profundamente desgostosa, a cortar relações com ela.
 
A partir de então, aprofunda a fé cristã e publica vários estudos científicos, nos quais articula a Filosofia com uma intensa vida interior nutrida pela oração e pela palavra de Deus.

A 15 de Outubro de 1933, data da celebração de Santa Teresa de Ávila, entrou para o Carmelo e escolheu o nome de Teresa Benedita da Cruz.
 
Quando na Alemanha o nacional-socialismo exacerbou a furiosa perseguição aos judeus, os superiores do Convento, por precaução, enviaram-na para o Carmelo de Echt, na Holanda. Todavia os Países Baixos também foram ocupados pelos nazis e Edith com a sua irmã Rosa que se lhe tinha juntado na vocação, foram levadas para o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. A 2 de Agosto de 1942 saiu do Convento vestida com o seu hábito e continuou a usá-lo acrescido do número de prisioneira – 44070.
 
Como os Bispos holandeses protestaram escrevendo uma enérgica carta pastoral, as autoridades, por vingança, incluíram também no seu programa de extermínio os judeus de fé católica.
 
Uma semana depois, com a sua irmã Rosa, morreu asfixiada nas câmaras de gás, com 51 anos.
 
Foi beatificada por João Paulo II a 1 de Maio de 1987, em Colónia, na Alemanha, e a 11 de Outubro de 1998 foi canonizada pelo mesmo Papa com o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz. No ano seguinte, no Sínodo dos Bispos, foi proclamada Padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Sena.
 
Esta judia, filósofa religiosa e mártir, no dizer de João Paulo II aquando da sua beatificação, representa a síntese dramática das feridas do século XX.
 
A sua festa litúrgica é celebrada no dia 9 de Agosto.












Maria Susana Mexia





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