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sábado, 25 de abril de 2015

Arménia comemora o centenário do genocídio

Os presidentes Putin e Hollande participaram nesta sexta-feira nos actos em Yerevan. Centenas de milhares de pessoas participam de cerimónias em todo o mundo


Roma, 24 de Abril de 2015 (Zenit.org)


A Arménia recordou nesta sexta-feira o centenário do genocídio de um milhão e meio de arménios, assassinados pelo Império Otomano; a cerimónia contou com a presença dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, François Hollande.

A cerimónia aconteceu no complexo memorial de Tsitsernakaberd, situado em uma colina nos arredores de Yerevan, onde primeiro os líderes e depois dezenas de milhares de arménios vindos de todo o mundo prestaram homenagem às vítimas.

No monumento arde a chama eterna em memória dos arménios que morreram nos massacres e deportações, no que definiu o Papa Francisco alguns dias atrás, como "o primeiro genocídio do século XX", o que provocou a ira da Turquia.

O local conta com um museu com fotografias tiradas há cem anos pelo alemão Armin Vegner, testemunha excepcional do genocídio enquanto servia como soldado e médico na Síria e Mesopotâmia durante a Primeira Guerra Mundial. A tradição diz que os presidentes que visitam o memorial do genocídio arménio devem plantar uma árvore em memória das vítimas.

A cerimónia também contou com a presença de representantes dos governos de outros países, como Estados Unidos, Alemanha e Argentina.

Ontem, as vítimas do genocídio foram proclamadas mártires da Igreja Apostólica Arménia, em uma cerimónia solene. "Mais do que um milhão de arménios foram deportados, mortos, torturados, mas permaneceram fiéis a Cristo", disse o Patriarca Karekin II durante a celebração.

Ao terminar a cerimónia, permaneceram minuto em silêncio e os sinos redobraram nas igrejas da Arménia, bem como em vários templos em Nova York, Madrid, Berlim, Veneza e Paris.

Os arménios acusam as autoridades otomanas de planear a aniquilação sistemática de seu povo, que simbolicamente teria começado no dia 24 de Abril de 1915 com a prisão de centenas de intelectuais em Constantinopla, capital do Império.

O líder arménio, Serge Sargsyan, esta semana, exortou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para aproveitar a simbólica data a fim de normalizar as relações entre ambos países, ou seja, reconhecer o genocídio e abrindo a fronteira comum.

A este respeito, Putin disse que o genocídio arménio "é um dos acontecimentos mais terríveis e dramáticos na história da humanidade” e destacou que o extermínio étnico não pode ser justificado.

Por ocasião da comemoração do centenário, o presidente Erdogan expressou suas condolências aos descendentes das vítimas do Império Otomano: "Neste dia, que tem um significado especial para os nossos cidadãos arménios, recordo com respeito aqueles arménios otomanos que perderam suas vidas nas condições da Primeira Guerra Mundial ", disse o presidente em uma mensagem enviada para o Patriarcado arménio de Constantinopla, e foi enviada a ZENIT pela Embaixada da Turquia em Roma, reiterando assim a posição de Ancara, que considera os mortos como vítimas da Primeira Guerra Mundial. E conclui: "Nós reconhecemos os tristes acontecimentos sofridos pela comunidade arménia no passado e compartilhamos a sua dor".

Homenagens, actos e conferências recordarão, ao longo deste ano, os acontecimentos de um século atrás, tanto na República da Arménia, localizada no sul do Cáucaso, entre a Ásia e a Europa, como em todos os países onde os arménios vivem ou seus descendentes que são muitos: na Arménia vivem três milhões de pessoas, mas a diáspora é formada por mais do que o dobro, e é muito numerosa em países com o Rússia, França, Líbano, Argentina.

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