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terça-feira, 31 de março de 2015

Vaticano: as crianças-soldado, um mal abominável

O Conselho de Segurança da ONU organiza um debate sobre as crianças-soldado nos conflitos armados. O observador permanente da Santa Sé adverte sobre a necessidade urgente de um novo consenso internacional


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García


O arcebispo Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, em Nova York, advertiu que "a crescente utilização, por grupos terroristas e outros actores não estatais, de crianças em conflitos armados, demonstra a necessidade urgente de um novo consenso internacional para enfrentar este crime e renovar a vontade da Comunidade Internacional para resolver esta chaga”. Assim falou durante o seu discurso no Conselho de Segurança da ONU no último dia 25 de Março, em um debate organizado sobre as crianças nos conflitos armados.

Advertiu que 2014 foi o pior ano na era moderna em relação ao uso de crianças como soldados em conflitos armados. Somente na Síria e Iraque – explicou – mais de 10.000 crianças foram forçadas a se tornar crianças-soldado. "Todos nós temos que dar o primeiro passo e afirmar uniformemente que o recrutamento e uso de crianças em conflitos armados não só é uma grave violação dos direitos internacionais humanitários e humanos, como também um mal abominável que deve ser condenado”, disse o arcebispo. E esta afirmação não deve ser feita só pelos governos, mas também todos os líderes sociais, políticos e religiosos, disse monsenhor Auza.

Por outro lado, observou que, no caso de actores não-estatais que forçosamente recrutam e usam crianças-soldado em todo o mundo ou que cometem violências brutais contra minorias religiosas e étnicas, quando o Estado não está disposto ou é incapaz de enfrentar tais atrocidades, “é responsabilidade deste organismo proporcionar, após esgotar todos os outros meios, os instrumentos militares necessários para proteger os cidadãos desses agressores desumanos".

Na conclusão do seu discurso, o arcebispo observou que a comunidade internacional já tem muitos dos instrumentos necessários para lidar com o uso das crianças-soldado mas “falta a vontade política e a valentia moral para dar os passos necessários diante desse desafio”. Com essa pergunta terminou o seu discurso: quanto tempo tem que passar para que deixemos de olhar para o lado?”

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