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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Por que cinzas para começar a Quaresma?

Indica o pecado e a fragilidade do homem, sinal da atitude do coração penitente


Roma, 18 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org)


Nesta quarta-feira, 18 de Fevereiro, começa o tempo litúrgico da Quaresma, durante o qual a Igreja convida os fiéis a viver o período de preparação para a Páscoa. "Arrependei-vos e crede no Evangelho" são as palavras que o sacerdote pronuncia quando coloca as cinzas na testa de cada fiel durante a missa da Quarta-feira de Cinzas. As cinzas vêm das folhas queimadas que foram utilizadas no Domingo de Ramos.

“As cinzas benzidas, impostas sobre a nossa cabeça, são um sinal que nos recorda a nossa condição de criaturas, que nos convida à penitência e a intensificar o compromisso de conversão para seguir cada vez mais o Senhor”, disse o Papa Bento XVI durante a Audiência Geral em 9 Março de 2011.

Com a Quarta-feira de Cinzas começa o Itinerário quaresmal de quarenta dias que nos conduz ao Tríduo pascal, a memória da paixão, morte e ressurreição, coração do mistério da nossa salvação.

Explicou no ano passado, o Santo Padre Francisco. A Quaresma nos prepara para este momento importante, por isso é um tempo "forte", um momento decisivo que pode nos ajudar na mudança, na conversão. Todos nós precisamos melhorar, mudar para melhor. No tempo quaresmal, a Igreja nos dirige dois convites importantes: tomar maior consciência da obra redentora de Cristo e viver com maior compromisso o próprio Baptismo.

É também um dia de jejum e abstinência. De acordo com o Directório sobre Piedade Popular e a Liturgia da Congregação para o Culto Divino e os Sacramentos, o começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, se caracteriza pelo austero símbolo das cinzas, que distingue a Liturgia da Quarta Feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos com os quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canónica, o gesto de se cobrir com cinzas significa reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que necessita ser redimida pela misericórdia de Deus. Longe de ser um ato puramente exterior, a Igreja o preservou como um sinal da atitude do coração penitente que todo baptizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal.

Por outro lado, é interessante lembrar que a palavra "cinzas", encontrada várias vezes no Antigo Testamento, é usada para indicar o pecado e a fragilidade do homem. Poeira e cinzas são duas palavras que parecem se alternar pela semelhança de significado.

A Quaresma, disse Francisco na sua mensagem deste ano para este tempo litúrgico, é um “tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis. Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um «tempo favorável». Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: «Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro». Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece”. E convida e nos preocuparmos com o próximo, pois quando isso não acontece, adverte o Santo Padre, “quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros”.

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