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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Imam de Al-Azhar: "Extremismo islâmico fora das escolas"

Durante um seminário em Meca, o líder religioso denunciou "uma conspiração colonialista por trás de grupos extremistas"


Roma, 25 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org)


Erradicar o extremismo religioso intervindo na educação escolar dos mais jovens. A proposta vem de Ahmad Al Tayyib, Imam da prestigiada universidade sunita de Al-Azhar, com sede no Cairo. Falando aos representantes de países muçulmanos durante um seminário sobre o Islão e a luta contra o terrorismo, em Meca, na Arábia Saudita, ele ressaltou que o extremismo religioso não é senão "um acúmulo histórico de tendências fanáticas inerente a herança islâmica, com base em interpretações erróneas do Corão e da Sunna ", ou as palavras e acções do profeta Maomé.

O jornal L'Osservatore Romano informou que Al Tayyb também comentou as divisões dentro do Islão. "Até que possamos dominar, em nossas escolas e universidades, esta tendência de acusar os muçulmanos de descrença, não haverá esperança para a nação muçulmana se recuperar e reencontrar sua unidade, sua fraternidade e a capacidade de se desenvolver de maneira civilizada", afirmou.

Em alusão ao ISIS, o Imã denunciou "os grupos terroristas que escolheram práticas selvagens e bárbaras". Práticas, acredita Al Tayyb, que tem uma orientação externa. Ele fala do extremismo religioso como uma conspiração do "novo colonialismo mundial”, cujos autores se aproveitam das tensões confessionais que abalam o mundo muçulmano. Daí a sua proposta de introduzir um "controle pedagógico" sobre os centros educacionais das nações de maioria islâmica para impedir a infiltração fundamentalista e violenta.

Sobre as palavras do Imã ecoou a voz do novo rei saudita Salman, que ao se pronunciar no seminário expressou o desejo da criação de "uma estratégia eficaz que nos comprometa no combate ao terrorismo, flagelo que é produto de uma ideologia extremista" de grupos islâmico radicais. Salman acrescentou que esta ideologia representa "uma ameaça à nossa nação islâmica e para o mundo inteiro". O seminário, que contou com representantes religiosos, terminou hoje, 25 de Fevereiro de 2015.

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