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sábado, 24 de janeiro de 2015

O papa surpreende-se com a descontextualização das suas palavras

Declaração é do substituto da Secretaria de Estado


Madrid, 23 de Janeiro de 2015 (Zenit.org)


O substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, dom Angelo Becciù, afirmou nesta quinta-feira que o papa Francisco está surpreso porque as suas declarações sobre a abertura à vida, a paternidade responsável e o tesouro de ter um filho foram descontextualizadas pela maioria de meios de comunicação. Francisco tinha feito as declarações no voo de volta das Filipinas.

Becciù, um dos mais próximos colaboradores do pontífice, o acompanhou na viagem ao Sri Lanka e às Filipinas e estava presente na conferência de imprensa concedida no voo de Manila para Roma. Ele ouviu pessoalmente as perguntas dos jornalistas e as respostas do Santo Padre e, durante a entrevista que deu nesta quinta-feira ao jornal italiano Avvenire, reconstruiu o sentido autêntico das palavras do papa.

O jornal perguntou a Becciù se o pontífice tinha concordado com a interpretação da media sobre as declarações em que o papa afirmava que, para ser um bom católico, não é necessário ter filhos “como coelhos”. O arcebispo italiano contou que, “ao ver as manchetes, o Santo Padre, com quem eu falei ontem, sorriu e disse que estava surpreso com o facto de essas palavras, voluntariamente simples, não terem sido devidamente contextualizadas, relacionadas com uma citação claríssima da Humanae Vitae sobre a paternidade responsável”.

"O papa Francisco é um grande admirador de Paulo VI. Ele já manifestou isso em várias ocasiões. Foi ele quem o beatificou, e, nas Filipinas, há poucos dias, contemplando uma nação tão jovem, ele destacou que a postura de Paulo VI em 1968 foi profética".

Ao falar de três filhos por casal, o Santo Padre não indicou um número fechado: "Ele se referiu apenas ao número mínimo que os sociólogos e demógrafos apontam para assegurar a estabilidade da população. De modo algum o papa queria dizer que este é o número correto de filhos para todos os casais", já que "cada casal cristão, à luz da graça, é chamado a discernir, segundo uma série de circunstâncias humanas e divinas, qual é o número de filhos que deve ter".

O substituto da Secretaria de Estado afirmou também que "o papa está realmente decepcionado com a criação deste desconcerto. Ele não queria de nenhuma forma menosprezar a beleza e o valor das famílias numerosas. Na audiência geral, ele afirmou que a vida é sempre um bem e que ter muitos filhos é um dom de Deus que temos de agradecer".

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