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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Para um verdadeiro e duradouro "renascimento" espiritual

Carta do Penitenciário-Mor, o Cardeal Mauro Piacenza, para todos os confessores por causa da próximas festividades de natal


Roma, 17 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)

Queridos Irmãos confessores,

Iluminados pela luz da Imaculada Virgem Maria, Aurora mística da Redenção, estamos ansiosos para reviver o nascimento do Filho de Deus, já cheios de gratidão pelos muitos dons com os quais o Senhor irá adornar a alma dos sacerdotes e pelas graças de conversão e de perdão que nos concederá contemplar através do ministério preciosíssimo da confissão.


O tempo do Advento, de facto, e em particular os dias da doce novena de Natal, são caracterizados por uma espera particularmente ansiosa, não só dos homens com relação a Deus – espera que está inscrita no mais profundo do coração humano – mas são caracterizados também por uma especial “espera” de Deus com relação aos homens que Ele ama.


O Senhor se coloca à busca do homem e se “abaixa” até mendigar a sua acolhida. Aquele que mais do que ninguém espera este encontro de graça é Ele, o Eterno Filho de Deus feito homem no seio virginal de Maria, que incessantemente chama os homens à conversão e que, nestes dias de “vigílias” atrai os corações com uma ternura especial do santo presépio "Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11, 28).


Para nós, portanto, que recebemos o dom inefável da ordenação sacerdotal e de participar tão intimamente da obra da salvação, também está concedido compartilhar tal espera do Redentor e a alegria imensa do encontro com Ele. Como Maria Santíssima deu a luz na gruta de Belém, nós O damos à luz nos corações dos penitentes reconciliados e no altar para alimento e  companhia deles.

A graça dessa visão sobrenatural que envolve toda a existência será sempre acompanhada também pela "surpresa" pelo aproximar-se de cada liberdade ao confessionário. De fato, quando a liberdade de uma pessoa se “move”, estamos sempre diante de um milagre ao qual mesmo assiste.

A liberdade que se move é sempre um mistério precedido, acompanhado e apoiado pela graça de Deus, e, também, é um presente para o mesmo sacerdote confessor, que da contemplação deste mistério recebe sempre uma luz e uma especial confirmação no apostolado.

Este olhar sobrenatural que permite ver os reais protagonistas da história humana - Deus que vai em busca do homem e o homem que se deixa encontrar pelo seu Criador e Redentor - é também a fonte de toda autêntica caridade pastoral, tão esperada pelos fieis, sempre recomendada pela Igreja, tão ardentemente defendida pelo Santo Padre, transbordante da ferida do Coração de Jesus.

Este coração brilha perpetuamente ferido em cada Sacerdote e queima com o desejo de comunicar a cada pastor a graça de um olhar renovado e o ardor daquela caridade, que está reservada nos nossos pobres corações por meio da oração, que nos renova na misericórdia e, por fim, nos “submerge” na Eucaristia.

Queridos irmãos, realmente preciosos, rezemos uns pelos outros, especialmente nestes dias de preparação para o Santo Natal, para que tanto para os penitentes quanto para os confessores, em cada celebração do sacramento da Reconciliação, o sorriso do Menino Jesus irradie transformante nas suas almas.

E obrigado por tudo o que vocês fazem como generosos canais das águas da divina misericórdia!

Que a Virgem Imaculada, reflexo perfeito do amor de Cristo e sinal de esperança segura na sua vitória sobre o pecado e a morte, obtenha as graças mais necessárias para cada um de nós e marque um verdadeiro e duradouro "renascimento" espiritual para todos os membros do Corpo eclesial.

Santo Natal!

[Tradução ao português de ZENIT]

(17 de Dezembro de 2014) © Innovative Media Inc. 

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