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sábado, 20 de setembro de 2014

Refém do Estado Islâmico diz em vídeo que mostrará outra cara do grupo extremista

Enquanto os EUA aprovam ajuda militar a rebeldes sírios contra milicianos do Estado Islâmico, a Austrália detém célula islâmica que planeava novas decapitações


Roma, 19 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


Depois da onda de indignação provocada pela execução dos jornalistas James Foley e Steven Sotloff, dos EUA, e do voluntário em projectos de ajuda social David Haines, do Reino Unido, foi divulgado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) um novo vídeo mostrando o também britânico refém John Cantlie, mas agora com uma mudança de estratégia: o prisioneiro, vestindo uniforme laranja igual ao dos prisioneiros decapitados nas ocasiões anteriores, promete que nos próximos vídeos vai mostrar “a outra cara” do Estado Islâmico. Ele pede ainda que as pessoas não acreditem na media ocidental.

O jornalista francês Didier François, de 53 anos, libertado pelos terroristas no começo do ano, afirmou que os reféns decapitados diante das câmaras pelo Estado Islâmico pareciam tranquilos porque não sabiam que iam ser executados naquele momento. Os prisioneiros, segundo ele, costumam ser submetidos a “falsas execuções”.

Enquanto isso, o Congresso dos EUA aprovou nesta quinta-feira, por ampla maioria, o plano do presidente Barack Obama de dar apoio aos rebeldes sírios contra as milícias do EI que lutam no norte da Síria.

“Nós, americanos”, disse Obama em seu discurso, “não cedemos diante do temor e das ameaças ao país. Isto nos une. Estamos eliminando terroristas, destruindo seus equipamentos e veículos. O povo dos EUA está unido no apoio a esta decisão”.

Os Estados Unidos realizaram, desde o início de Agosto, 176 ataques aéreos. Agora, a França anunciou que se unirá à coligação internacional.

O chefe da diplomacia estadunidense, John Kerry, asseverou ontem que "existem evidências” de que as forças do presidente sírio Bashar Al-Assad usaram gás neste ano contra as facções inimigas, “violando a convenção sobre armas químicas" assinada no ano passado para evitar um conflito internacional. Assad tinha declarado que todas as armas químicas da Síria haviam sido entregues à missão da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas.

Na Austrália, 15 pessoas foram presas nesta semana durante uma operação coordenada pela polícia para desbaratar um grupo de apoio ao EI, vinculado a jihadistas das cidades de Sidney e Bristane. Destes presos, 9 já foram liberados. Segundo as autoridades australianas, Omarjan Azari, de 22 anos, pretendia cometer um assassinato que "horrorizasse e aterrorizasse" a população. Os activistas do EI planeavam sequestrar um ou mais civis em Sidney, enrolá-los numa bandeira do EI e decapitá-los diante de uma câmara de vídeo.

Outro sinal de alarme disparado nos últimos dias vem do arcebispo caldeu de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e a primeira a ser tomada pelas milícias do Estado Islâmico. Em entrevista à AsiaNews, o prelado confirma que "as quase 700 escolas espalhadas entre Erbil, Ankawa e Zakkho já estão cheias de desabrigados. Em outras áreas não cristãs as aulas já começaram, mas aqui é impossível".

Além disso, o Estado Islâmico alterou o currículo escolar para enquadrar todo o conteúdo nas rígidas normas da sharia.

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