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domingo, 28 de setembro de 2014

Não posso dizer “NÃO” a ninguém

A Paulinas Editora, acaba de lançar o livro-entrevista “A Vida é sempre um valor”, de Monsenhor Vítor Feytor Pinto, Prior da Paróquia dos Santos Reis Magos, mais conhecida por Igreja do Campo Grande, em Lisboa. A sua apresentação esteve a cargo de Michel Renaud, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, professor catedrático de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
 
Homem e sacerdote da geração do Concílio Vaticano II, Monsenhor Feytor Pinto é um apaixonado pela Igreja em diálogo com o mundo. “Servir, servir, esquecer-se completamente de si e servir”. “Ser ponte, ser ponte”(…).
 
“Eu sei que a Igreja tem de estar metida dentro do mundo, portanto eu tenho de servir a Igreja, servindo o mundo. E aí, o meu grande vade-mécum é a ‘Gaudium et Spes’: dignidade humana, comunidade humana, atividade humana e família, vida socioeconómica, cultura, política, paz. É muito simples: os grandes valores estão sempre cá dentro, não posso sacrificá-los, nunca”.
 
Trabalhar com ele é sempre um gosto e um privilégio, não se impõe, propõe, sugere, estimula, insinua e, discretamente, acompanha, ampara e apoia.
 
“Fazer o que ainda não foi feito” é o seu projecto de sempre, em cada dia que passa descobre novas razões para viver mais.
 
Educador fervoroso, entusiasmante e contagiante, o padre Vítor Feytor Pinto é, sem dúvida, uma figura pública de primeiro plano e um verdadeiro pastor, membro de uma Igreja que é «perita em humanidade». Desde muito cedo, esteve envolvido em grandes causas, como no-lo recorda neste livro-entrevista de Octávio Carmo, chefe de redação da Agência Ecclesia.
 
Durante o Concílio Vaticano II, esteve em Roma, no Centro Internacional Pio XII, sede do Movimento «Por um Mundo Melhor». Acompanhou os debates dos Padres conciliares, e divulgou-os em Portugal, ao mesmo tempo que se entrega à Pastoral Juvenil.
 
No início da década de 1980, conclui um mestrado em Bioética e começou a sua longa imersão na Pastoral da Saúde, foi coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde durante 28 anos! Neste âmbito, a sua acção pautou-se por uma enorme sensibilidade a favor da dignidade e da defesa dos direitos fundamentais de cada ser humano, mas também pela luta que travou em prol da humanização da saúde.
 
Parafraseando uma citação sua preferida do poeta espanhol António Machado: “Caminante, no hay caminho, se hace el caminho al andar”, sugiro:
 
Caro leitor, não perca a viagem que este livro nos proporciona. Leia-o, caminhe com ele, deixe-se embrenhar pela esperança de um mundo melhor, o qual não existe mas temos de o construir, no dia-a-dia de cada um, na vida com os demais, no local onde estamos, no “hoje, aqui e agora”.
 
Ao aproximar-se o sexagésimo aniversário da sua ordenação sacerdotal, o padre Vítor continua a testemunhar-nos a mesma paixão dos começos e a acreditar que “ A VIDA É SEMPRE UM VALOR”, porque a vida é um dom de Deus.
 
“Toda a destruição da vida é ilegítima, sempre. A vida humana nunca perde sentido. O sofrimento pessoal ou a angústia pelo sofrimento do outro não retira à vida humana o sentido que tem de reclamar. Necessário é, em cada situação, descobrir o sentido da vida”.
 
Maria Susana Mexia



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