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domingo, 21 de setembro de 2014

Era ácido e insultante, desprezava a fé da sua esposa… Mas um homem abraçou-o e mudou a sua vida

René Araya foi a um encontro convidado por um amigo 

Às vezes um abraço pode expressar mais sobre Deus e o
amor que mil explicações teológicas, e assim mudar corações

Actualizado 29 de Agosto de 2014

Portaluz/ReL

Grossarias e uma linguagem ambígua eram parte da violência quotidiana com a qual o chileno René Araya estabelecia uma errática e agressiva comunicação com a sua esposa Marcela.

O projecto matrimonial e de família com Marcela resultava cada vez mais longínquo. Nesse mar de confusão e compulsões transcorria a sua vida.

Cresceu sem referências, procurou na New Age
René cresceu sem referências que canalizassem ou nutrissem a sua fé. Foram então os livros de metafísica e algumas ideias da New Age, “como o crer que Deus era energia”, as únicas bases de uma tíbia busca espiritual que tampouco era para ele uma questão significativa.

E mais, René sentia-se sempre “impulsionado por um algo que latia no meu interior ao ponto que era um jovem complicado, mau génio, violento, era desagradável”.

Desfrutava inclusive, recorda, quando gozava das expressões de piedade das pessoas.

Uma esposa firme na oração e louvor
Marcela, a esposa, refugiava-se paciente na oração. Ela desde jovem participava na pastoral da sua paróquia e ao casar-se com René um dos seus momentos de maior felicidade e consolo era participar num grupo de louvor ao Espírito Santo.

Se algo tinha claro esta esposa é que não renunciaria à esperança de que o seu esposo, algum dia, se convertesse.

Sem dúvida, a simples ideia de ter que ir com a sua esposa a uma missa, causava uma explícita reacção de compulsiva rejeição em René.

“Recordo que às vezes dizia-lhe: «Como te ocorre estar nas catequeses!» … mas usando palavras violentas, grosseiras. A minha esposa formou então um grupo de oração, regressava feliz e eu recebia-a de má maneira. Inclusive tentei força-la para que deixasse de ir à missa!”.

Por um amigo, aceitou ir a um encontro especial
Ainda que não dobrasse os seus joelhos perante nada nem ninguém, comenta René, talvez porque também um amigo recebeu o mesmo convite, aceitou ir a um Encontro de Pais no Espírito (EPE) … Sem ter muita noção de que se tratava aquilo.

“Tinha mais de 30 anos nesse ano de 1993 quando vivi aquela experiência onde o Senhor, durante o retiro, se pronunciou subtilmente… Pura misericórdia de Deus. Como Ele sabia que eu era exigente, irracional – que inclusive falava em duplo sentido, com muitas garatujas e tratando violentamente as pessoas -, valeu-se de muitas pessoas para conquistar-me”, recorda, hoje sereno e emocionado.

Era Pentecostes e as recordações daquela jornada são intensas na memória de René: “Si até houve um matrimónio! Falava-se do amor. Inclusive houve um homem que me abraçou, tomou-me de repente, e disse-me: «Eu amo-te tal como és». Nesse instante caí de joelhos e entendi... O Senhor foi sábio”.

O retiro foi o ponto de partida para uma série de acontecimentos que lentamente curaram René.

Entre eles, veio logo um encontro da Renovação Carismática Católica onde “vi que Deus estava vivo, não era uma história; vi autênticos milagres em pessoas… O perdão, a cura espiritual e física”, proclama este convertido à fé. 

Deixar de fumar, mudar de hábitos
E como na Sagrada Escritura se narra, também ele, que muito tinha recebido, aprendeu de igual forma a testemunhar… “Antes fumava muito, dois maços de cigarros ao dia.

Recordo que num retiro, um sacerdote nos disse que se queríamos deixar os nossos vícios nos decidíssemos nesse instante e que o Senhor nos ia curar. E fiquei pensando. Nesse instante orei: «Senhor, eu tentei deixar de fumar por muitos anos, mas não consegui… Entrego-te os meus cigarros». Nesse momento não os tirei, passou pouco mais de um mês e então de repente tomei os cigarros do meu bolso, procurei os que estavam no armário da minha casa e coloquei-os no lixo. A partir desse dia, prometi deixar de fumar”.

René recorda este passo a passo onde foi morrendo o “homem velho”, curando, libertando. Para ele partilhar o seu testemunho é gratidão com Deus… “Porque, quando Deus passou a estar em primeiro lugar, sobre todas as coisas, eu enamorei-me completamente da minha esposa. É formoso! Porque quando dou a prioridade a Deus, transborda o amor”.

Com Marcela cumpriram 28 anos de matrimónio, tem duas filhas e desde há algum tempo é monitor dos Encontros de Pais no Espírito (EPE), os mesmos que iniciaram a sua conversão.



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