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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

As nossas férias

As férias são um tempo interessantíssimo e, apesar de, por cá, já as termos terminado, pelo menos no sentido mais alargado, pois os miúdos continuam por casa, tenho de aproveitar esta possibilidade de pôr por escrito o que pairou em mim nestes dias de férias.

Concretamente, parece-me que foram as férias da minha vida, pois férias destas já não tínhamos há uns quatro anos. Nessa altura, tínhamos três filhos, o mais novo acabadinho de nascer, e agora temos cinco. Foi uma aventura estupenda… divertimo-nos à grande e à francesa!
 
E por ter sido tão bom, lembrei-me, ainda durante as ditas, de ir começando a tomar notas sobre coisas que devemos ter em conta quando decidimos passar férias com filhotes pequenos, pequenitos, com pouca ou nenhuma ajuda externa (parece loucura, mas existem casos destes!). A primeira ideia que apontei, com a ajuda do meu marido (fica-me bem dizê-lo), foi a questão das sestas. Importa não subestimar o poder de uma sesta. Melhor em casa, mas, caso não seja possível, pode ser no carro, em andamento, com o ar condicionado ligado, aproveitando a ocasião para ir explicando aos mais velhos as coisas que vão vendo, tipo monumentos, culturas agrícolas, conceitos novos, entre outras.
 
Caso consiga estar por casa na hora da sesta, pode sempre aproveitar para jogar jogos de mesa com os mais velhos. Nomeadamente os rapazes gostam imenso de competição e é sempre uma forma de estimular o raciocínio. Sugiro o Uno, o Dominó, os Países, a Batalha Naval, entre outros.
 
A segunda ideia tem a ver com o tema das longas caminhadas. Esqueça. Principalmente, se for no pico do calor e meio esfomeados. Seja prático, se não tem almoço para o pessoal, pare numa pizzaria, ou numa pastelaria, ou algo do género e usufrua do serviço e do ar condicionado. Pode parecer que fica caro, mas os supermercados de conveniência em locais balneares também não são nada baratos. Claro que convém não esquecer nunca de levar comida consigo, onde quer que vão. O pão de forma, o fiambre, o queijo e uns sumos ou uns iogurtes podem salvar o dia!
 
Depois, há ainda aquela nossa tentativa persistente de dar uma lição de história em cada esquina e depois ficarmos muito irritados porque os miúdos não querem saber de nada. Deixe-se disso, é normal… se for uma história de castelos e guerreiros ainda vai lá, mas com detalhes arquitectónicos é melhor esquecer.
 
Uma das coisas mais saborosas nestas férias foram os finais de tarde na praia. É a melhor altura. É incrível quantas crianças vão para a praia exactamente nas horas de mais calor, mas à parte disso, os finais de tarde na praia são delirantes para as crianças. É tão bom correr atrás das gaivotas, fazer corridas à beira-mar, ter a praia só para nós, apanhar caranguejos, cantar, comer gelados a observar o pôr-do-sol às nove da noite. Do melhor.

No fundo, no meio de tudo isto, o segredo passa certamente por não complicar o que pode ser simples e tranquilo. Facilite a sua vida e deixe-os, quando possível, a brincar ao que gostam, seja a jogar futebol, a ir aos baloiços, a fazer desenhos, o que for.

Não tente fazer as refeições todas certinhas e todas equilibradas, como se estivesse em casa, porque, entretanto, pode ter os meninos muito bem alimentados e você estar à beira de um ataque de nervos. É melhor optar por ter sempre um sorriso na cara, estar disponível e alegre, mesmo que todos estejam a comer umas salsichas no pão e batatas fritas de pacote.

Continuando, sugiro que escolha bons fatos de banho, tanto para os meninos como para as meninas, tanto para si como para o seu marido. Os fatos de banho são super elegantes. É factual, basta fazer a experiência de observar na praia as diferentes hipóteses. Os fatos de banho ficam bem a toda a gente, tornam as silhuetas mais equilibradas e são muito mais confortáveis e versáteis. Mas à parte esta questão opinativa, parece-me importante escolher fatos de banho de boa qualidade, num bom material, de preferência numa cor mais escura (pois não se nota tanto as areias que teimam em entranhar-se no tecido). Não se esqueça que, apesar de muitas vezes ser de uso sazonal, durante esse período, é de uso intensivo e de grande desgaste.

E para terminar, talvez o mais importante. Não se esqueça de cuidar do seu cônjuge. Ele/Ela também está de férias, é bom que não enlouqueça a meio. As férias são acima de tudo para descansar e sorrir muito, e como o nosso sorriso desencadeia sorrisos nos que nos são queridos, é bom não lhe darmos férias.

 
Rita Gonçalves





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