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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Papa ao primaz anglicano: nossa divisão é um obstáculo para o anúncio do Evangelho

Francisco, com o primado anglicano

O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, reúne-se com o Papa no Vaticano


Roma, 16 de Junho de 2014 (Zenit.org)


O Santo Padre e Justin Welby, arcebispo de Canterbury e primaz anglicano, encontraram-se nesta manhã “como companheiros de viagem que seguem o Senhor, colaboradores da sua vinha, peregrinos rumo ao Reino”, como indicou o Papa nas suas palavras. Durante o encontro, depois do colóquio privado, ambos pronunciaram um discurso e trocaram os presentes. Para finalizar, tiveram um momento de oração comum na capela Urbano VIII.

Francisco disse em seu discurso que pede ao Senhor para que “o encontro de hoje contribua para fortalecer nossos laços de amizade e reforçar nosso compromisso para a grande causa da reconciliação e da comunhão entre os fieis em Cristo”.


Referindo-se às palavras de Jesus: "do que vocês conversavam no caminho?", o Papa destacou que “o Senhor também parece perguntar-nos”. Assim, explicou que quando Jesus fez esta pergunta aos seus discípulos eles ficaram em silêncio porque tinha vergonha, já que discutiam sobre quem era o maior. “Também nós nos sentimos confusos por causa da distância que existe entre a chamada do Senhor e nossa pobre resposta”, observou.


Além disso, acrescentou que "diante do seu olhar misericordioso não podemos fingir que nossa divisão não seja um escândalo, um obstáculo para a proclamação do Evangelho da salvação para o mundo".



Por outro lado, o Papa indicou que "a meta da plena unidade pode parecer distante, mas sempre continua a ser o alvo para o qual devemos guiar cada passo do caminho ecuménico que estamos percorrendo juntos".


Além disso, Francisco afirmou que “nosso progresso rumo à plena comunhão não será simplesmente o resultado de nossas acções humanas, mas dom gratuito de Deus. O Espírito Santo nos dá a força para não desanimar e nos convida a confiar com plena confiança na sua acção poderosa".


Em seguida, lembrou que, como discípulos, "sabemos que a fé chegou até nós através de muitos testemunhos", de modo que "estamos em dívida com os grandes santos, mestres e comunidades que nos transmitiram a fé ao longo dos séculos e que atestam as nossas raízes comuns".


A Comissão Internacional Anglicana-Católica e a Comissão internacional anglicano-católica pela unidade e missão, constituem âmbitos particularmente importantes para examinar, num espírito construtivo, os antigos e os novos desafios do compromisso ecuménico; observou o Papa em seu discurso.


Francisco quis lembrar que quando ele e Welby se encontraram pela primeira vez falaram das preocupações comuns e da dor mútua pelos males que afligem a família humana. "Em particular, expressamos o mesmo horror contra o flagelo do tráfico de seres humanos e das diferentes formas de escravidão moderna", afirmou.


Por esta razão, o Santo Padre agradeceu ao arcebispo de Canterbury “pelo compromisso de se opor a tal crime intolerável contra a dignidade humana". Aliás, o Pontífice fez menção das actividades de cooperação, tanto em campo ecuménico, como com autoridades civis e organizações internacionais. "Nos comprometemos a perseverar na luta contra as novas formas de escravidão na esperança de ajudar a dar alívio às vítimas e a contrastar este comércio trágico".


Em conclusão, o Papa pediu a Welby que não se esqueça dos três ‘p’. “Três ‘p’?”, perguntou o arcebispo. Francisco explicou: “Prayer, Peace ande poverty” (oração, paz e pobreza), acrescentando que "temos que caminhar juntos." E Welby repetiu "temos que caminhar juntos". (Trad.TS)

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