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quinta-feira, 19 de junho de 2014

O amor verdadeiro é sem limites, mas sabe se limitar para ir ao encontro do outro

Papa Francisco dedicou o Angelus para falar da Santíssima Trindade


Roma, 16 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Neste domingo, 15, o Papa Francisco dedicou a oração mariana do Angelus para falar da Santíssima Trindade. Eis o texto na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje celebramos a solenidade da Santíssima Trindade, que apresenta à nossa contemplação e adoração a vida divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo: uma vida de comunhão e de amor perfeito, origem e meta de todo o universo e de cada criatura, Deus. Na Trindade, reconhecemos também o modelo da Igreja, na qual somos chamados a nos amar como Jesus nos amou. É o amor o sinal concreto que manifesta a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. É o amor o emblema do cristão, como nos disse Jesus: “Nisto todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35). É uma contradição pensar em cristãos que se odeiam. É uma contradição! E o diabo procura sempre isto: fazer-nos odiar, porque ele semeia sempre o ódio; ele não conhece o amor, o amor é de Deus!

Todos somos chamados a testemunhar e anunciar a mensagem de que “Deus é amor”, que Deus não está distante ou insensível aos acontecimentos humanos. Ele está próximo, está sempre ao nosso lado, caminha connosco para partilhar as nossas alegrias e as nossas dores, as nossas esperanças e os nossos cansaços. Ama-nos tanto a ponto que se fez homem, veio ao mundo não para julgá-lo, mas para que o mundo seja salvo por meio de Jesus (cfr Jo 3, 16-17). E este é o amor de Deus em Jesus, este amor que é tão difícil de entender, mas que nós sentimos quando nos aproximamos de Jesus. E Ele nos perdoa sempre, Ele nos espera sempre, Ele nos ama tanto. E o amor de Jesus que nós sentimos é o amor de Deus.

O Espírito Santo, dom de Jesus Ressuscitado, nos comunica a vida divina e assim nos faz entrar no dinamismo da Trindade, que é um dinamismo de amor, de comunhão, de serviço recíproco, de partilha. Uma pessoa que ama os outros pela própria alegria de amar é reflexo da Trindade. Uma família em que se ama e se ajuda os outros é um reflexo da Trindade. Uma paróquia em que se quer o bem e se partilham os bens espirituais e materiais é um reflexo da Trindade.

O amor verdadeiro é sem limites, mas sabe se limitar para ir ao encontro do outro, para respeitar a liberdade do outro. Todos os domingos vamos à Missa, celebramos a Eucaristia juntos e a Eucaristia é como a “sarça ardente” na qual humildemente mora e se comunica a Trindade; por isto a Igreja colocou a festa do Corpus Domini depois daquela da Trindade. Na próxima quinta-feira, segundo a tradição romana, celebraremos a Santa Missa em São João Latrão e depois faremos a procissão com o Santíssimo Sacramento. Convido os romanos e os peregrinos a participar para exprimir o nosso desejo de ser um povo “reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Espero por todos vocês na próxima quinta-feira, às 19h, para a Missa e a procissão de Corpus Christi.

A Virgem Maria, criatura perfeita da Trindade, nos ajude a fazer de toda a nossa vida, nos pequenos gestos e nas escolhas mais importantes, um hino de louvor a Deus, que é Amor.

(Trad.:Canção Nova)

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