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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Malásia. Conselho Islâmico de Selangor: "Não devolveremos as Bíblias"

Continua a batalha legal dos islamitas para que seja reconhecido o "direito" de destruir os textos sagrados. Quem continuar distribuindo material cristão está ameaçado de prisão.


Roma, 26 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Já tinham apreendido cerca de uma centena de exemplares da Bíblia, nunca as restituíram, apesar de uma decisão contrária do Procurador, agora o Mais, o Conselho Religioso Islâmico do Selangoravverte que vai continuar a apreender textos cristãos que contenham a palavra "Alá" e destruí-los.

A informação, aparece em um relatório oficial retomado por Asia News, vem do presidente Datuk Mohamad Adzib Mohd Isa, acrescentando que o grupo, órgão oficial do Estado de Selangor, tem o direito de "destruir" os textos sagrados da Sociedade Bíblica da Malásia (BSM) já em sua posse. Reivindica, além do mais, o dever de opor-se à distribuição de literatura cristã em Selangor, um dos 13 estados da Malásia, e chega a ameaçar a prisão daqueles que continuem a espalhar o material cristão "fora da lei".

O Presidente Adzib reitera então a rejeição do veredicto do Mais que exige a restituição dos textos sagrados à BSM. Para o Judiciário, as Bíblias não representam um perigo e o Selangor Islamic Religious Department (Jais) errou ao confiscar. Os islamitas, no entanto, têm a intenção de continuar a batalha legal, até que seja reconhecido o seu "direito" de destruir as cópias da Bíblia.

Nos últimos dias, o sultão de Selangor pediu aos membros do Jais, que detêm "os textos da discórdia", de ir ao tribunal e perguntar aos juízes o que fazer com os textos. Altos membros da liderança local - informa ainda Asia News - destacam que "ainda não há decisões oficiais" sobre a disputa e se espera o pronunciamento do Poder Judiciário antes de prosseguir. Ao mesmo tempo, é refutado fortemente o boato de que as Bíblias já foram destruídas.

Os ataques contra a minoria cristã este ano - a apreensão das Bíblias, ataques a igrejas e profanação de túmulos - são originados do polémico julgamento do Tribunal de Recurso, que impede à revista católica HeraldMalaysia de usar a palavra "Alá". No dia seguinte do veredicto, alguns funcionários do ministério do Interior apreenderam 2 mil cópias da revista da arquidiocese de Kuala Lumpur no aeroporto de Kota Kinabalu, no estado de Sabah. A apreensão foi "justificada" pela necessidade de verificar se a publicação era "compatível" com o dispositivo emitido pelos magistrados e para ver se não "houvesse um uso ilegal da palavra Allah".

Na Malásia, uma nação de mais de 28 milhões de pessoas, na grande maioria muçulmanos (60%), os cristãos são a terceira confissão religiosa (atrás dos budistas), com um número de fiéis superior aos 2,6 milhões; A publicação de um dicionário latino-malese, com 400 anos de idade, mostra como, desde o início, o termo "Alá" foi usado para descrever Deus na Bíblia da língua local. Trad.TS
 

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