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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Família cristã: fonte inesgotável de vida nova

Terminou, em Lisboa, o encontro dos assessores de imprensa das Conferências Episcopais da Europa


Roma, 18 de Junho de 2014 (Zenit.org)


A comunicação do Papa Francisco e do Sínodo sobre a família foram fundamentais para o trabalho dos assessores de imprensa das Conferências Episcopais, reunidos em Lisboa, Portugal, de 11 a 14 de Junho de 2014, a convite do Secretário-Geral e Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa , Padre Manuel Barbosa.

O encontro foi realizado no Seminário dos Padres Dehonianos de Lisboa, e contou com a  participação de cinquenta pessoas, entre porta-vozes e responsáveis pela comunicação das Conferências Episcopais da Europa.

A partir da introdução de Paul Wuthe, porta-voz da Conferência Episcopal da Áustria, os porta-vozes da Igreja na Europa analisaram o "fenómeno mediático" Papa Francisco, verdadeiro comunicador global.

Desde sua eleição, o Papa Francisco está presente nos meios de comunicação social. Não passa um dia em que o Papa não esteja nos jornais de todo o mundo, não apareça nas páginas do Facebook, ou seja assunto no Tweeter. Sua comunicação não é o resultado de uma estratégia de media. É feita de palavras e gestos simples, mas significativos, capazes de diminuir a diferença entre as pessoas, e que mostra a proximidade de um Papa para com todos. Este ‘estilo narrativo’ do Papa Francisco, que corresponde à coerência e à autenticidade de sua vida como o sucessor de Pedro, é uma oportunidade para toda a Igreja, e abre possibilidades de um verdadeiro diálogo com o mundo.

O Papa não só conquistou os corações das pessoas, mas também mudou a atitude de muitos jornalistas, agora, mais abertos e disponíveis para ouvir as razões da Igreja. Esta comunicação composta por expressões curtas e concisas implica certos riscos, dada natureza simplista e reducionista da actual cultura mediática. A tarefa do comunicador eclesial é continuar a contar toda a vida da Igreja e do anúncio do Evangelho, mesmo contra os jornais mediáticos, para não cair no culto do indivíduo.

Em Lisboa, os comunicadores eclesiais se prepararam, em conjunto com o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, e o padre Federico Lombardi, Director da Sala de Imprensa do Vaticano, para comunicar a próxima Assembleia Geral Extraordinária sobre a Família. O Sínodo sobre a família é um processo em etapas que coloca em acção os vários componentes da comunidade cristã. Teve inicio com a difusão de um questionário, que não deve ser entendido como um levantamento da Igreja sobre a família, mas um conjunto de informações sobre os modelos pastorais e os desafios da família na sociedade contemporânea, marcada pelo individualismo.

O processo do Sínodo sobre a Família prevê a criação de um documento de trabalho (Instrumentum laboris), a ser publicado pelo Sínodo dos Bispos, que será a base para a reflexão dos participantes da Assembleia Extraordinária de Outubro (5-19), que inclui os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo. Em vez disso, o Sínodo dos Bispos sobre a família, previsto para 2015, será a assembleia conclusiva deste processo de dois anos.

Das discussões surge a imagem de uma Igreja, que também nesta área indica a transparência do seu trabalho, que não teme o confronto, está pronta para ouvir os desafios da história, apresentando a Boa Nova de Cristo para a família cristã como a verdadeira fonte de esperança e de vida nova. Em suma, a próxima Assembleia sinodal corresponderá à ideia clara do governo sinodal e de uma comunhão efectiva do colégio episcopal com o sucessor de Pedro, anunciado pelo Papa Francisco desde o início do seu pontificado.

Cabe ao comunicador eclesial europeu mostrar que se trata de um sínodo universal e não exclusivamente europeu, e, portanto, as respostas ao final do processo, terão um valor universal e não exclusivamente adaptados para o velho continente. Daí o convite para que não se detenham apenas nos estudos de caso, nas situações difíceis, que não revelam plenamente os desafios reais enfrentados pela igreja e que não permitem testemunhar a beleza concreta manifestada por milhões de famílias cristãs que vivem diariamente o evangelho de Jesus.

Durante a reunião, os porta-vozes europeus tiveram a oportunidade de se reunir com o ministro do Desenvolvimento do Governo Português, Miguel Poiares Maduro, para uma conversa informal sobre a Europa, à luz das recentes eleições europeias. Eles receberam algumas informações sobre a situação e o sofrimento das pessoas na Ucrânia e na Bósnia Herzegovina, sobre algumas novas realidades na comunicação, em particular, a experiência de Aleteia, e, por fim, uma apresentação das actividades e do trabalho do SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) no âmbito da comunicação, por parte de seu porta-voz, senhor Bento Assorow.

Particularmente apreciado a visita a Rádio Renascença e o encontro com alguns jornalistas locais, que permitiu verificar quais as expectativas dos jornalistas com relação ao trabalho de um porta-voz da Igreja.

Participaram do encontro Dom Pio Alves, Presidente da Comissão para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Portuguesa; Mons. José Ignacio Munilla, Presidente da Comissão para as Comunicações Sociais da CCEE ; Dr. Bento Steinschulte, oficial do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais e Dom Nuno Brás, Bispo auxiliar de Lisboa.

Por ocasião da festa de Santo António, o santo padroeiro da cidade de Lisboa, os participantes visitaram o berço e capital da homónima Igreja Lusitana. O encontro foi concluído com uma peregrinação a Fátima e o encontro com o responsável  pela Comunicação Social do Santuário.

(Trad.:MEM)

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