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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Cientistas pela Vida, já mais de seiscentos: «O aborto não pode ser considerado um acto médico»

Na linha da Declaração de Madrid de 2009 

O consenso científico é absoluto: há vida humana
diferenciada desde o momento da concepção.
Actualizado 14 de Maio de 2014

ReL

Direito a Viver apresentou esta terça-feira o manifesto Cientistas pela vida, que foi subscrito nuns dias por mais de 600 médicos, cientistas e profissionais da saúde.

À apresentação, que correu a cargo da porta-voz da plataforma, a doutora Gádor Joya, foram também: José María Villalón, médico especialista em Medicina desportiva e traumatologia do desporto e chefe dos serviços médicos do Atlético de Madrid; Luis Chiva, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia e chefe do Serviço de Ginecologia do Hospital MD Anderson de Madrid; José Manuel Moreno, médico especialista em Pediatria e chefe da Unidade de Nutrição Pediátrica do Hospital 12 de Outubro de Madrid; Francisco Reinoso, médico especialista em Anestesiologia e chefe da Unidade de Dor Pediátrico do Hospital La Paz de Madrid; Miguel Jiménez de Cisneros, biólogo e professor; Pilar Lafuente, médico especialista em ginecologia do Hospital de La Paz de Madrid; Carlos Cabanyes, especialista em Medicina Interna do Centro Universitário de Navarra em Madrid; Ana Estrella Ledo, especialista em Medicina do Trabalho de FREMAP; Ángeles Monreal, médico geral especialista em patologia da mama do Centro de Radiologia de Madrid; Esmeralda Alonso, médico de Família em Madrid; e Mónica Rodríguez, médico especialista em Cardiologia Pediátrica e diagnóstico pré-natal que exerce no Hospital de Madrid Montepríncipe.

"Honestidade científica para não negar o evidente"
A doutora Joya assegura que os médicos espanhóis que garantem este manifesto “demonstram que desde a ciência, desde a evidência científica, se pode defender a vida humana deixando à margem argumentos ideológicos”. Esta é a razão pela qual, sublinha a doutora, “pedimos honestidade científica para não negar o que é evidente: existe uma vida humana desde o momento da concepção, que tem de ser protegida e cuidada pelos que nos formámos para curar e aliviar”.

Entre os médicos presentes tomou a palavra o doutor Villalón, para descrever o aborto como “o holocausto do nosso tempo”, enquanto o doutor Reinoso animou as mães com gravidezes inesperadas e complicadas a que “não tenham medo” porque a medicina permite que os seus filhos “nasçam e sigam em frente. E no caso contrário, há unidades paliativas que permitem que a mulher e o filho que deixa este mundo, o faça com os mínimos sofrimentos”.

Pela sua parte, o doutor Chiva mostrou o seu apoio ao anteprojecto de lei impulsionado por Alberto Ruiz-Gallardón, que “sem ser perfeito, supõe um passo em frente”. Em especial, sublinhou que graças à nova norma, “se reconhece a dignidade dos meninos com síndrome de Down, que hoje são um ser humano em extinção”. É de ressalvar que o doutor Chiva é pai de um filho com trissomia 21.

A especialista em Cardiologia Pediátrica, Mónica Rodríguez, demonstrou a sua experiência profissional e humana, ao assegurar que “os pais de filhos (afectados por estas enfermidades), que inclusive morreram nos seus braços, não se arrependem”.

A doutora Esmeralda Alonso, médico de Família, reclamou que a nova lei estabeleça “um protocolo de actuação que permita ao médico não converter-se num mero colaborador (do aborto) ao qual não se lhe permite ajudar o paciente concebido”. Desta maneira, abrir-se-á no seu entender “uma oportunidade para que se facilite a coordenação com outras instituições que ajudem a mulher”.

O doutor internista Carlos Cabanyes sublinhou na sua intervenção que “a defesa da vida humana é um tema puramente científico” no qual desde o instante da fecundação existe “um ser vivo da raça humana que tem direito a viver”.

O biólogo e professor Miguel Jiménez, por sua parte, destacou desde a sua experiência que até os rapazes da secundária sabem que existe uma vida nova na união de gametas e portanto, denunciou que as posturas favoráveis ao aborto “vão contra a evidência científica”.

Propostas concretas
Como continuação da Declaração de Madrid, subscrita em 2009 e que sublinhava que existe comprovada evidência científica de que a vida começa no momento da fecundação, porque os "conhecimentos mais actuais assim o demonstram", com motivo dos trabalhos parlamentares para a aprovação da chamada ‘Lei Aído’, os médicos e especialistas assinalam que o ´Anteprojecto de Lei Orgânica para a Protecção da Vida do Concebido e dos Direitos da Mulher Grávida´ supõe um avanço até uma maior protecção da vida pré-natal, ainda que não seja total.

No tempo, aqueles que subscrevem o texto reafirmam-se na sua vocação ao cuidado dos seus pacientes, incluídos os embriões, e afirmam que o aborto não pode ser considerado um ´acto médico´, pois estes estão destinados a curar ou aliviar doença e não a acabar com a vida humana seja qual seja a sua fase de desenvolvimento.

Na declaração, apoia-se a eliminação na nossa legislação do aborto induzido como um suposto ´direito´ da mulher, já que perante este conceito a vida do filho fica totalmente desprotegida, à mercê de um terceiro que decida que fazer com ela.

Também se destaca que nenhum ser humano pode ser discriminado sobre a base de uma enfermidade ou incapacidade e apoia-se a decisão de abolir o aborto eugenésico, e que esta medida se estenda a todos os enfermos, sem distinção.

O Manifesto de Cientistas pela Vida reivindica o direito dos profissionais da saúde a exercer a objecção de consciência para não colaborar nem directa nem indirectamente com a morte do filho concebido, sem que por isso sofram nenhum tipo de discriminação laboral e pede que a nova lei garanta a coordenação entre centros de apoio sanitário e sócio laboral que ajudem verdadeiramente a mulher e garantam a segurança que todo concebido merece.

Por último, o manifesto reclama que se potencie “a informação sobre os danos psicofísicos que o aborto supõe, garantindo a protecção que a mulher precisa”; que se propiciem “protocolos que ofereçam tratamentos adequados para as incapacidades, favoreçam a integração social e que garantam a atenção integral que a família necessita”; que se estabeleçam controlos dos estabelecimentos onde se realizam abortos “para evitar fraudes à Lei e exigir que os especialistas que certifiquem os supostos contemplados pertençam ao Sistema Nacional de Saúde, impedindo, assim, que existam interesses económicos ou de vinculação laboral próprios do âmbito privado”.

Por outra parte o manifesto anima a evitar que se continue promovendo ‘programas de saúde sexual’ em menores “violentando as convicções educativas dos pais em temas nos quais não há consenso social nem evidência de efectividade ao não ter conseguido diminuir a taxa de gravidezes não desejadas”.

Clique aqui para ler o manifesto Cientistas pelo Direito a Viver.


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