Páginas

quarta-feira, 25 de junho de 2014

China: a polícia ameaça os cristãos que querem proteger as igrejas e cruzes

Provavelmente cancelada a manifestação silenciosa dos cristãos da província de Wenzhou, prevista hoje, contra a campanha de demolição dos lugares de culto e remoção de crucifixos


Roma, 24 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Provavelmente será anulada a grande manifestação de protesto dos cristãos da província meridional do Zhejiang, na China, contra a campanha de demolição das igrejas e de remoção de cruzes dos locais de culto. A causa: a pressão da polícia local a vários líderes cristãos da região.

Um deles – disse a agência Asia News – narrou, de facto, que as forças policiais ligaram para vários pastores protestantes com o fim de adverti-los “a não se juntarem” ao protesto silencioso em frente aos departamentos do governo da província de Piangyang, no município de Wenzhou, onde se encontra  a maior concentração de cristãos de todo o país.

Também uma outra fonte não identificada disse ao jornal South China Morning Post que havia recebido um telefonema da delegacia de polícia de Pingyang: "Perguntaram-me se eu era o organizador do protesto marcado para hoje - diz - e ‘explicaram-me’ que esta manifestação nos trará muitos problemas, porque é ilegal”. Os agentes telefonaram também a outros pastores, para “advertir-los” também.

Antes dessas chamadas, os representantes de todas as 135 igrejas cristãs de Pingyang tinham confirmado a presença na manifestação. Todos – explica Asia News – são membros do Movimento das Três autonomias e do Conselho cristão da China, órgão do governo nascido para o controle da comunidade cristã.

Desde Janeiro de 2014, a campanha "Três ajustes e uma demolição", lançada pelo governo resultou na demolição de cerca de 360 ​​cruzes ou edifícios cristãos e na demolição de uma igreja. De acordo com os cristãos locais, a campanha é um exemplo claro de perseguição religiosa; para o governo local, a iniciativa "é dirigida contra construções ilegais, não apenas contra as igrejas".

"Enviamos várias vezes alguns representantes para tentarem negociar com as autoridades - diz outro líder cristão - perguntando-lhes quais regras as nossas igrejas violaram e colocando-nos a disposição para corrigir os erros. Mas, todas as nossas solicitações colidiram com um muro de silêncio”.

Enquanto a comunidade cristã diz-se, portanto, pronta para continuar a proteger as cruzes, fontes próximas ao governo municipal anunciam que um líder provincial vai visitar a área no dia 28 de Junho para monitorizar a situação das cruzes que violam os regulamentos.

"Eis porquê o governo e a polícia nos controlam tão de perto - disse o representante religioso -, mas estamos empenhados em proteger as nossas cruzes. As tiraremos nas nossas igrejas enquanto o Partido iça a bandeira comunista nos seus edifícios”. Trad.TS

Sem comentários:

Enviar um comentário