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sábado, 21 de junho de 2014

A droga não pode ser vencida com a droga, reitera o papa Francisco

O Santo Padre elogia o trabalho dos voluntários na recuperação das vítimas e fala da necessidade de dar oportunidades aos jovens


Cidade do Vaticano, 20 de Junho de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O papa Francisco recebeu em audiência nesta sexta-feira, no Vaticano, os participantes da 31ª edição da Internacional Drug Enforcement Conference, que se realizou em Roma de 17 a 19 de Junho.

O pontífice agradeceu pelo trabalho dos envolvidos, ressaltou a gravidade e complexidade do problema que eles enfrentam e lhes desejou “alcançar os objectivos propostos: coordenar as políticas de luta contra as drogas, compartilhar as informações e desenvolver uma estratégia operacional para combater o narcotráfico”.

O papa Francisco definiu a droga como um “flagelo” que golpeia “de formas e maneiras impressionantes, alimentado por um mercado obscuro que supera as fronteiras nacionais e continentais”. Ele advertiu ainda que “continua crescendo o perigo para os jovens e para os adolescentes”, e, diante desse fenómeno, afirmou: “Sinto a necessidade de manifestar a minha dor e a minha preocupação”.

“Quero dizer com muita clareza que a droga não pode ser vencida com a droga. A droga é um mal e com o mal não pode haver concessões nem compromissos. Pensar que o dano pode ser reduzido com a permissão de uso de fármacos para quem continua usando drogas não resolve o problema”.

Francisco indicou que “a legalização das chamadas ‘drogas leves’, mesmo parcial, além de ser discutível no âmbito legislativo, não produz os resultados pretendidos”, porque “as drogas substitutivas não são uma terapia suficiente, mas um modo velado de se render diante do fenómeno”.

“Quero reiterar o que já disse em outra ocasião: não! Não a todo tipo de droga. Simplesmente não, a todo tipo de droga”.

O papa recordou que, para dizer este não, “é necessário dizer sim à vida, dizer sim ao amor, sim aos outros, sim à educação, sim ao trabalho, sim a mais fontes de trabalho. Se esses sins forem dados, não há lugar para a droga, para o abuso do álcool, para as outras dependências”.

Francisco recordou que “a Igreja, fiel ao mandamento de Jesus de ir a todo lugar onde houver um ser humano sofrendo, com sede, no cárcere, não abandonou aqueles que caíram na espiral da droga; antes, com seu amor criativo, foi encontrá-los” e, “pegando-os pela mão, através da obra de tantos operadores e voluntários, ajuda cada um deles a redescobrir a própria dignidade fazendo ressuscitar os seus próprios recursos: aqueles talentos pessoais que a droga tinha sepultado, mas não apagado, já que cada homem foi criado à imagem e semelhança de Deus”.

E deu um exemplo: “o de tantos jovens que, cheios de desejo de se livrar da dependência da droga, se empenham em reconstruir a própria vida. É um estímulo para olhar para frente com confiança”.

O Santo Padre encerrou a audiência abençoando os participantes do congresso.

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