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quarta-feira, 26 de março de 2014

Bolívia, saída para o mar: bispos pedem diálogo e fraternidade

Presidente Evo Morales apresentará demanda no tribunal de Haia

Roma, 25 de Março de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


Todo dia 23 de Março, a Bolívia comemora o Dia do Mar. Ontem, no 135° aniversário da reivindicação boliviana de uma saída para o Oceano Pacífico, o presidente Evo Morales declarou que o país apresentará uma demanda contra o Chile no próximo dia 17 de Abril, em Haia, pedindo a devolução da saída para o mar que a Bolívia perdeu durante a Guerra do Pacífico.

Sobre a questão, o secretário geral da Conferência Episcopal Boliviana, dom Eugenio Scarpellini, bispo de El Alto, afirma que, apesar de que houve factos históricos que afectaram as relações entre a Bolívia e o Chile, bem como o desenvolvimento de ambos os países, hoje é necessário pensar sempre em caminhos de diálogo construtivo e propositivo.

O bispo alertou, no entanto, que “agarrar-se hoje àqueles fatos, a ponto de voltar a nos enfrentar, é algo que não ajudaria ninguém”. Ele reconheceu que “nós temos direito a reivindicar a nossa saída para o mar”, mas afirmou que esse direito “tem que passar por um diálogo produtivo, fruto da escuta, da pró-actividade que procura soluções novas”.

O objectivo, precisou Scarpellini, é que "ambos os povos possam crescer em fraternidade e solidariedade, buscando realmente o desenvolvimento necessário para a pessoa humana e para o seu bem-estar, onde quer que ela viva e se encontre”.

“Fazemos votos”, encerrou a mensagem o presidente da CEB, “de que os mecanismos internacionais e os diálogos de carácter político e diplomático surtam efeitos e consolidem uma relação mais positiva entre os nossos países”.
O presidente Morales, durante os eventos relacionados com a data, reiterou que "a Bolívia quer que os mares pertençam aos povos, ao povo chileno, ao povo boliviano, ao povo peruano", e acrescentou que "o mar boliviano será dos povos e não um butim de guerra ou um motivo para se accionarem as armas".

“Se um ditador como Pinochet propôs uma saída ao mar para a Bolívia na década de 1970”, declarou Morales, “esperamos que um governo democrático e socialista possa tornar realidade este direito em pleno século XXI”, completou, referindo-se ao governo de Michelle Bachelet.

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