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sábado, 22 de fevereiro de 2014

O Papa e os cardeais põem as bases para o regresso à comunhão dos divorciados que voltaram a casar

Francisco, com os cardeais
A decisão final, em dois anos. Ficariam excluídos os que tenham formado uniões de facto

Tagle, Damasceno e Vingt-Trois presidirão o Sínodo da Família de Outubro

Redacção, 21 de Fevereiro de 2014 às 18:08

Pela primeira vez um Papa admite que os divorciados que se voltem a casar podem comungar. Francisco surpreendeu os cardeais reunidos no Vaticano com esta proposta. Só afectaria a divorciados que cumpram requisitos específicos como ter voltado a casar pelo civil. Ficariam excluídos os divorciados que formem uniões de facto.

Os cardeais reunidos no Consistório extraordinário que convocou o Papa Francisco debateram sobre temáticas como a preparação do matrimónio e a espiritualidade em família, assim como os divorciados que voltam a casar ou os procedimentos de nulidade matrimonial.


Durante o segundo encontro à porta fechada que mantém o Papa Francisco com uns 150 cardeais para debater sobre a pastoral familiar e aprofundar nos desafios que se enfrenta a família na actualidade, Lombardi destacou que os cardeais estão trabalhando para "procurar juntos o melhor caminho para que a igreja conjugue a doutrina da Igreja e a fidelidade a Cristo".

Além disso, desde o Vaticano afirma-se que nas sessões de trabalho reina um clima "de realismo", e não de "lamento", "tensão" ou "ânsia" e acrescentaram que a temática das intervenções foi muito variada sempre centrada na família.

Neste sentido, apontaram que não há que esperar-se "grandes decisões" mas sim tomar este consistório como uma "valente introdução ao caminho do Sínodo", que põe de manifesto uma "riqueza de horizontes" sobre a temática da pastoral familiar. Será um processo longo de reflexão que concluirá nuns dois anos.
 
Até o momento, produziram-se 43 intervenções orais livres dos cardeais, mas é possível que "não dê tempo a que intervenham todos", segundo acrescentou Lombardi, que informou que também está previsto que alguns cardeais intervenham "por escrito". O porta-voz da Santa Sé recalcou que o consistório "não é capítulo que se encerra em si mesmo, mas sim uma contribuição para um caminho mais longo".

O Papa Francisco nomeou além disso três presidentes para o Sínodo sobre a família que terá lugar no Vaticano no próximo mês de Outubro. Trata-se do cardeal André Armand Vingt-Trois, arcebispo de Paris (França), o cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila (Filipinas), Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (Brasil) para o Sínodo da família.

(Rd/Agencias)



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