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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Louvar a luta de Nabdela requer coragem se se faz debaixo prisão, como o bispo chinês Ma Daqin

«As marcas de todo o meu povo foram marcas para mim», cita 

Tadeo Ma Daqin oferece o sacrifício da Missa - está debaixo prisão domiciliária,
mas consegue transmitir mensagens pela Internet
Actualizado 7 de Dezembro de 2013

Asia News / ReL

Muitos louvam nestes dias Nelson Mandela, falecido em 5 de Dezembro, pelo seu exemplo de luta pela liberdade e a reconciliação na África do Sul.

Mas não é o mesmo fazê-lo desde a comodidade de uma sociedade com liberdade de expressão, que fazê-lo quando se está em prisão domiciliária debaixo da atenção de agentes num regime totalitário: que é o caso do bispo Tadeo Ma Daqin na China.

Ma Daqin, bispo auxiliar de Shanghai, está fechado no seminário de Sheshan desde Julho de 2012 quando, pouco depois de ser ordenado bispo, renunciou à Associação Patriótica, a entidade eclesial controlada pelo Partido Comunista na China.

Mandela no microblogging chinês
O bispo Ma Daqin escreveu uma mensagem na sua conta de Weibo (o serviço de microblogging chinês) por causa da morte de Nelson Mandela, e desde a sua situação as frases ressoam com uma força diferente das frases feitas de muitas outras autoridades.

O bispo citou três frases de Mandela;

- "A liberdade é indivisível; as marcas num só membro do meu povo são as marcas em cada um deles, as marcas de todo o meu povo foram marcas para mim" (Esta frase está tomada de Long Walk to Freedom, a autobiografia de Mandela).

- "A fé é às vezes obrigada a submeter-se a provas dolorosas, mas não vou deixar que o pessimismo prevaleça"

- "Os opressores e os oprimidos têm que ser libertados. Aqueles que o deixam a liberdade aos demais são prisioneiros do ódio. São constrangidos atrás das barras de preconceito e uma mente fechada".

São três frases que retumbam e ressoam. A voz de Mandela, prisioneiro do regime do apartheid, revive na voz de Ma Daqin, prisioneiro do regime chinês. Mas na vida de Mandela muitos condenavam o regime sul-africano, enquanto as grandes potências tendem a calar-se perante o regime comunista da China.

No final da mensagem, mons. Ma pede: "Oremos pelo defunto Mandela". Mandela passou 27 anos na cardeia pelo seu desejo de justiça. 


Ordenado bispo e detido
Ma Daqin foi ordenado bispo em 7 de Julho de 2012 e de seguida foi posto debaixo prisão domiciliária no seminário de Sheshan, Shanghai. Em algumas ocasiões concederam-lhe a liberdade de circulação limitada.

A sua nomeação episcopal foi declarada "revogada" pelas autoridades políticas chinesas em Dezembro de 2012. Sem dúvida, tanto os católicos de Shanghai como a Igreja universal reconhecem-no como bispo de Shanghai.

Em 2 de Dezembro, Ma Daqin cumpriu 45 anos. Os seus fiéis escreveram no blogue para felicitá-lo, e o chamam, desafiando o regime, "respeitável bispo".

Uns dias antes, em 24 de Novembro, por causa da solenidade de Cristo Rei os católicos desejaram "felicidade" a Ma Daqin, e escreveram na página: "Cristo conquista, Ele reina e comanda".

Um católico de Shanghai, disse a AsiaNews: "Rezamos todos os dias, com fervor e sinceridade, pela libertação de monsenhor Ma. Esperemos que se mantenha em bom espírito apesar de todas as dificuldades. Oramos para que logo possa estar livre e exercer a sua autoridade episcopal. A nossa diocese de Shanghai necessita da sua liderança".

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