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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Igreja latino-americana reforça a pastoral dos migrantes e refugiados

Lançado o site "Migrantes Hoje"


Roma, 26 de Setembro de 2013


Lançado o site Migrantes Hoje, num contexto em que 3,2% da população mundial é composto por migrantes internacionais: 80 milhões a mais desde 1990

Nesta terça-feira, 24, foi apresentado em Bogotá o novo site Migrantes Hoje, iniciativa do Departamento de Justiça e Solidariedade (DEIXUS) do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), que conta com a participação de uma rede formada por instituições eclesiais que trabalham com e em prol do migrante.

Na carta de apresentação, o presidente do DEIXUS-CELAM, dom Pedro Barreto Jimeno, SJ, manifestou o desejo de que a nova plataforma virtual "seja um serviço para as conferências episcopais e um local de encontro, apoio, informação e diálogo para os migrantes e refugiados que precisam de protecção legal e acolhimento humano, assim como para todos os que trabalham com eles".

"Que a Igreja seja uma voz profética e um lugar de braços abertos para defender a vida desses nossos irmãos", escreveu o arcebispo de Huancayo e primeiro vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana.

Durante a apresentação, realizada online com a participação de jornalistas de todo o continente, foi possível conhecer melhor a iniciativa e os integrantes do conselho editorial, além dos representantes das diversas redes que trabalham hoje na pastoral do migrante na América Latina.

Os organizadores dedicaram palavras de gratidão à Conferência Episcopal dos Estados Unidos, que, com seu apoio financeiro, permitirá "prestar um serviço de comunicação, informação, contacto, comunhão, formação e acompanhamento religioso, social e cultural" aos migrantes e refugiados, junto às suas famílias.

Colocar o migrante no centro
O padre Pedro Hughes, secretário executivo do DEIXUS, manifestou a sua satisfação com a culminação do projecto, que se materializa hoje em um portal a serviço do continente e talvez de outros continentes.

A continuidade do trabalho está garantida, afirmou Hughes, por ter sido construído com raízes bíblicas: no Antigo Testamento, a voz dos profetas sempre se levantou em favor do órfão, da viúva e dos estrangeiros ou migrantes. A solidez desta pastoral cresce à luz dos evangelhos, "porque Cristo não apenas se aproxima do refugiado e do migrante, mas se identifica com eles e os coloca no centro da atenção", enfatizou.

Hughes ressaltou ainda a recente visita do papa Francisco à ilha italiana de Lampedusa, onde "pediu perdão pelo que os países com mais poder económico fizeram aos irmãos que hoje vivem nas periferias geográficas e existenciais e com os quais é necessário ser responsáveis". O sacerdote fez um apelo para que a questão dos migrantes e refugiados "seja uma preocupação central na Igreja, para que o migrante se sinta em casa, acolhido sempre com um abraço de boas-vindas".

Recursos disponíveis
Na esperança de que o novo site se torne uma importante ferramenta de visibilidade para esta questão social, os organizadores o desenharam para oferecer notícias, reflexões e serviços fornecidos pelos centros de acolhimento em todo o continente americano. Está prevista ainda a disponibilização de estatísticas e informações legais.

Segundo os novos dados apresentados neste mês pela Organização das Nações Unidas, mais pessoas estão vivendo fora dos seus países natais. Em 2013, são 232 milhões de pessoas, ou 3,2% da população mundial, em comparação com 175 milhões no ano 2000 e 154 milhões em 1990.

As mesmas informações indicam que os países desenvolvidos acolhem 136 milhões de migrantes internacionais, enquanto 96 milhões são acolhidos pelos países em desenvolvimento. A maioria dos migrantes internacionais está em idade de trabalho (20 a 64 anos) e representa 74% do total. Em termos mundiais, os homens representam 52% e as mulheres 48% de todos os migrantes internacionais.


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