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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Agnóstico e anticristão, dedicava a sua música à esquerda radical, mas a Bíblia mudou-o

Daniel Rodan Weikert, de punk underground a evangelizador 

Daniel Weikert na sua faceta mais rockeira
Actualizado 18 de Setembro de 2013

Equipo Portaluz

Daniel Rodan Weikert é católico de forma plena desde 2007, e um evangelizador que usa os seus dons musicais e a ampla experiência artística dos seus anos na música punk e underground.

A sua passagem pela esquerda radical, e logo as drogas e a cadeia, permitem-lhe aproximar-se de muitos com um tema que transforma vida: a misericórdia e o perdão. O portal Portaluz recolhe assim o seu testemunho nas suas próprias palavras.

Ausência de pai... E da igreja
Até a idade dos seis anos cresci sem saber nada da fé católica, como tampouco do meu pai. Foi a minha mãe quem, logo de uma inesperada conversão, me falou da sua experiência com Jesus, mas nada mencionou da religião nem a Igreja.

À medida que crescia e com força na minha adolescência, decidi que não necessitava conhecer o meu ausente pai nem pertencer a uma instituição antiquada, supersticiosa e opressiva como a Igreja Católica.

Senti o impacto de ter nascido e crescido numa família fracturada com profundas histórias de dor, mas isto só potenciou a minha rebeldia e conseguinte rejeição a Deus e a sua Igreja.

Música underground e paganismo moral
Quando fui crescendo, encontrei substitutos aos meus vazios na filosofia "progressista", a música underground e a arte. As drogas e o paganismo moral encheram um crescente vazio do meu coração.

A queda dos valores ocidentais pareceu-me então quase uma confirmação das minhas opções.

Comecei a trabalhar com profissionais da música que me pagavam por participar no activismo ambiental radical de esquerda.

À medida que o meu corpo e alma se afastavam da autêntica vida humana e do espiritual, tinha alguns êxitos que me ajudavam a não olhar as minhas mentiras. Trabalhei com três ganhadores dos prémios Grammy e com eles bebi de uma inesgotável fonte de ideologia anticristã sustentada na rádio, imprensa e outros meios de comunicação.”

Quando morrem os amigos

O pecado mata não só uma mente aguda e um coração contente, mas sim que pode tomar literalmente a vida de uma pessoa. Sim… Perdi vários bons amigos por sobredoses de drogas. As suas mortes deveriam ter actuado como uma bandeira vermelha e prova de que não existe verdadeira glória na libertinagem. Mas vivia de costas a Deus como para ver.

Sem dúvida nunca aceitei o ateísmo. Em ocasiões lia sobre as principais religiões do mundo e algumas práticas culturais e pagãs. Assim, intuindo que existia algo mais além deste mundo material, um pequeno raio de luz lutava por surgir nessa obscuridade com que me saturava a mim mesmo.

Uma oração da infância
Mas um dia esta inquietude levou-me a recordar uma oração que rezava com a minha mãe quando eu tinha seis anos. Recordei que foi nesse tempo que a tinha visto mudar a sua vida, orar e adorar. E em sussurro, apenas audível, mas que saiu como torrente desde o profundo do meu ser disse: «Mamã, quero que Jesus viva no meu coração».

Tinha então vinte e sete anos e ainda que quis fugir desta experiência sabia que chegaria o momento de enfrentar a Cristo. As minhas crenças filosóficas e hábitos de vida pouco a pouco me iam resultando vazios.

Com a Bíblia na cadeia
Mas sucedeu o inesperado… Caí na cadeia. Ali, tendo tocado fundo, comecei a ler avidamente a Sagrada Escritura e soube o que era a dor da culpa. Quando enfrentei o juiz e confessei o meu real arrependimento não me esperava o que ocorreu.

Olhou-me directamente, provavelmente tratando de discernir a minha sinceridade e a comparação da minha súplica aos milhares de pessoas que, sem dúvida, haviam dito algo similar. Logo disse: «Vai fazer o que deves fazer. Eu exonero o teu registo».

Pela primeira vez soube o que era ser tocado pela misericórdia, mas era só o princípio de muitas misericórdias de Deus para mim.” 


Mudá-lo todo!
Converter-se em cristão era uma mudança total de paradigma. Tive que mudar a ordem de quase tudo o que sabia e vivia. Enquanto o fazia, só podia fazer o que São Paulo tinha feito depois de que no caminho de Damasco tinha sido tocado pelo amor misericordioso de Deus: lançar-me a esta nova realidade e propósito. Agora podia perdoar e ser perdoado. Agora podia ver e apreciar a verdade, a beleza e a bondade no mundo!

O meu primeiro ano foi de arrependimento e descobrir o meu ser. Logo estava pronto para começar a trabalhar. E nos anos seguintes fui director musical, líder de estudo bíblico, orador convidado e pastor laico de uma igreja evangélica anglicana.

Pedir a fé verdadeira
Bom, se quem me lê é protestante, deve saber que se investiga com coração aberto a história da Igreja ou como eu o fiz, reza a Deus pedindo viver na fé verdadeira… Terminará na Igreja Católica.

Sim, à medida que estudava a Igreja primitiva lendo com avidez os Pais da Igreja, encontrei-me com uma nova linguagem de Jesus, a Igreja, e como devemos ser realmente cristãos. Ainda mais surpreendente para mim foi como esta clara e directa linguagem tocava o meu coração e mente.

Logo entrei no que chamo os "santos de poder", Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino e este foi um novo avanço.

Assistia com frequência à missa, adorava orar nas igrejas, mas a estocada final na minha conversão à fé católica foi conhecer e sentir a figura da Santíssima Virgem Maria.

Agradeço também de coração ao Padre Drew Morgan, meu catequista. Tenho com ele uma grande dívida pelo seu tempo, destreza teológica, compreensão e ajuda. Depois da minha primeira confissão, que durou mais de quarenta e cinco minutos e muitas lágrimas, recebi os sacramentos da Confirmação e a primeira Eucaristia em 17 de Fevereiro de 2007.”

Daniel é hoje Director da MGO Media (www.mgoarts.com), um ministério que se centra na evangelização. Trabalha para as paróquias da área metropolitana de Pittsburgh nos Estados Unidos. Conta algo mais no seu blogue weikert.blogspot.com.es.


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