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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Estava nos corpos especiais da Polícia e Deus não o interessava… Até que Ele o surpreendeu

Uma experiência mística levou Vladko ao sacerdócio


Corpos especiais da Polícia eslovaca... Tipos duros
Actualizado 10 de Julho de 2013

P. J. Ginés/ReL


Em 1994, o jovem Vladko (Vladimir) Beregi tinha só 22 anos mas considerava no mais alto, "no cimo do mundo", segundo as suas palavras. Acreditava ser um tipo duro e procurava emoções: trabalhava nos Corpos Especiais da Polícia eslovaca (onde essas emoções abundavam) e pela noite saía com os amigos de festa. "A vida era como um jogo para mim, e sempre queria ganhar", recorda.

Não necessitava nada, a sua vida não era calma nem aborrecida, sentia-se forte e intocável, "um génio". Hoje pensa que simplesmente era um rapaz orgulhoso e teimoso, com trabalho intenso e emocionante e bom soldo, mas nessa época acreditava ser muito mais.

Deus? Uma perca de tempo

"Não sabia nada de Deus. Deus não me interessava para nada. Considerava-o uma perca de tempo", recorda. Ele era um tipo de acção e nunca tinha terminado de ler um livro.

Como agente das forças especiais, a metade do seu trabalho consistia na surpresa: surpreender o malfeitor para que não pudesse nem reagir!

Essa foi a estratégia que Deus usou com ele, admite: caiu-lhe em cima de improviso!

Oração sem convicção
Isso não significa que Vladko não o convidasse, mas o fez sem convicção alguma. Um amigo convidou-o a um encontro de jovens cristãos, no qual convidavam "a quem quisesse sentir Deus na sua vida" a aproximar-se do estrado e pedir que outros cristãos rezassem pelos interessados impondo-lhes as mãos. Ele decidiu avançar até o estrado para demonstrar aos seus amigos que nada o assustava e que se sentia livre para fazer qualquer coisa.

"Pareceu-me algo estranho, porque nunca ninguém tinha rezado por mim. Pediram-me para repetir estas palavras que recordo com exactidão: ´Jesus, se estás vivo, deixa-me conhecer-te´. Não acreditei que se passasse nada". E, de facto, nesse momento, rezando essa oração sem nenhuma convicção - a primeira oração da sua vida - nada se passou.

Sucedeu uns dias mais à frente e mudou a sua vida para sempre.

Uma presença que empurra
Era o dia 6 de Janeiro de 1994, Dia de Reis, já de noite (às 19:30h) e Vladko passeava junto à catedral de Santa Isabel em Kosice. "De repente, senti a presença de alguém que me parava. Não podia entendê-lo, não tinha sentido. Mas algo estava claro: essa presença empurrava-me para a igreja, que estava aberta". Entrou, e "não sei como, de repente estive ali, de joelhos. Soube que algo me estava acontecendo, mas não podia explicá-lo. As lágrimas começaram a fluir dos meus olhos, e eu estava surpreendido de mim mesmo e não entendia o que significava toda essa presença misteriosa".

"Rodeava-me o silêncio. De repente uma voz apanhou-me de surpresa perguntando: ´Vladko, porque choras?´ Voltei-me, pensando que alguém me espiava no templo. Mas ali não havia ninguém. Notei que algo mudava no meu interior. A voz falou-me de novo: ´Levanta-te e anda, tenho um caminho completamente diferente para ti´, disse. E essa frase atravessou tanto o meu coração que num momento ficou completamente cheio por ela. Era como ter um fogo ardendo dentro!"

Soube que era Jesus
Saiu para a rua, pensando no que sentia, mas de seguida parou e deu-se conta de algo. Ninguém lhe tinha pregado, não tinha lido nada, não sabia nada de Deus... Excepto que "o sentia a Ele, ali, comigo. Nesse momento admiti que Jesus era o meu Senhor e meu Salvador. Percebia-o como um amigo, um capaz de apanhar-me de surpresa e dar-me uma nova liberdade. O meu coração estava cheio de gozo, e o meu interior repousava de uma paz inusual".

Devorar a Bíblia num mês
Ele, que nunca tinha acabado de ler um livro, comprou uma Bíblia e começou a lê-la, devorando com ânsia cada página, faminto da Palavra de Deus. Acabou-se-lhe em menos de um mês, uma façanha assombrosa para alguém que não era leitor.

"Cada dia era novo para mim: rapidamente mudavam as minhas atitudes, o meu vocabulário, as minhas actividades... Era um tempo de descobrir Deus, de que a sua presença me curasse, de arrepender-me quando me dei conta do vazio e absurdo das minhas actividades. Dei-me conta de que eu estava passando a ser mais eu mesmo. Já não tinha que fingir nem tratar de impressionar a ninguém. E uma e outra vez ouvia essas palavras: Tenho um caminho diferente para ti".


Vladimir Beregi hoje é sacerdote

Sacerdote na Koinonía João Baptista
Esse caminho aclarou-se pouco depois, quando conheceu a Koinonía João Baptista
(www.koinoniajb.es), uma comunidade católica internacional de estilo carismático. Sentiu-se atraído por ela, e deixou o seu trabalho de polícia no Verão de 1995 e ingressou nesta comunidade como consagrado. Anos depois, em 2007, foi ordenado sacerdote, e hoje é o padre Vladimir Beregi, responsável da Koinonía em Sklene, na diocese eslovaca de Banska Bystrica, convencido de que foi Deus quem foi buscá-lo a ele.

Outras conversões de "tipos duros":

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