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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os políticos infundem uma alma nas leis que propõem

Audiência com parlamentares franceses do Grupo de Amizade França-Santa Sé: o papa exorta os ​​políticos a melhorar a vida dos cidadãos


Roma, 17 de Junho de 2013


"O princípio da laicidade que rege as relações entre o Estado francês e as várias denominações religiosas não deve significar em si uma hostilidade à realidade religiosa, nem a exclusão das religiões do campo social e dos debates que o animam", afirmou o papa Francisco na audiência desta manhã, na Sala Clementina, em que recebeu uma delegação de parlamentares franceses do Grupo de Amizade França-Santa Sé.

Um encontro, disse o papa, que é uma oportunidade para ressaltar "as relações de confiança que existem geralmente na França entre os responsáveis ​​pela vida pública e os da Igreja Católica, tanto nacionalmente como nos âmbitos regionais e locais".

No tocante ao debate histórico sobre a relação entre a Igreja e o Estado, o papa declarou: "Podemos nos alegrar com o fato de que a sociedade francesa esteja redescobrindo as propostas feitas pela Igreja, que, entre outras, oferecem uma certa visão da pessoa e da sua dignidade tendo em vista o bem comum". A Igreja "deseja oferecer uma contribuição específica sobre questões profundas, que envolvem uma visão mais completa da pessoa e do seu destino, da sociedade e do seu destino". Uma contribuição, enfatizou Francisco, que não se limita apenas ao âmbito antropológico ou social, mas que também se volta ao âmbito político, económico e cultural.
 
"É dever de vocês", afirmou o pontífice, "contribuir de forma eficaz e constante para melhorar a vida dos seus concidadãos, que vocês conhecem particularmente através dos seus inúmeros contactos locais, contactos que tornam vocês sensíveis às suas reais necessidades". Acima de tudo, ressaltou, “vocês foram eleitos por uma nação à qual os olhos do mundo se voltam com frequência”.

A tarefa de quem faz política, observou o papa Francisco, é "certamente técnica e jurídica, e consiste em propor leis, emendá-las ou mesmo suprimi-las". No entanto, acrescentou, "também é necessário incutir nelas um complemento, um ‘espírito’, uma ‘alma’, eu diria, que não reflecte apenas as modalidades e as ideias do momento, mas que lhes confere a qualidade indispensável que eleva e enobrece a pessoa humana".

Antes de dar a bênção final, o papa fez aos parlamentares um caloroso encorajamento a "continuar a sua missão procurando sempre o bem da pessoa e promovendo a fraternidade no seu belo país".



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