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quarta-feira, 22 de maio de 2013

A oração opera milagres, diz o papa

Certezas de Francisco manifestadas na missa diária


Cidade do Vaticano, 20 de Maio de 2013


Uma oração valente, humilde e forte consegue milagres: esta é a ideia principal que o papa apresentou na manhã de hoje, durante a missa celebrada na Casa Santa Marta. Participaram alguns funcionários da Rádio Vaticano, acompanhados pelo director, o pe. Federico Lombardi, SJ.

A liturgia do dia apresenta a passagem do evangelho em que os discípulos não conseguem curar uma criança. O próprio Jesus precisa intervir e se queixa da falta de fé dos presentes. Ao pai do menino, que pede ajuda, ele responde que "tudo é possível para aquele que crê".

Conforme o relato da Rádio Vaticano, Francisco ensinou que também os que querem amar Jesus acabam muitas vezes não se arriscando muito na fé, nem se confiando totalmente a Ele: "Mas por que essa falta de fé? Eu acredito que é o coração que não se abre, o coração fechado, o coração que quer ter tudo sob controle".

É um coração, portanto, que “não passa o controle para Jesus”, disse o papa. E quando os discípulos perguntam a Cristo por que não conseguiram curar o jovem, o Senhor diz que aquela "espécie de demónios não pode ser expulsa de nenhum jeito, a não ser pela oração".

"Todos nós temos um pouco de incredulidade no nosso interior". É necessária “uma oração forte, e esta oração humilde e forte faz com que Jesus consiga realizar o milagre. A oração para pedir um milagre, “para pedir uma acção extraordinária”, continua o papa, “deve ser uma oração que envolve, que envolve a nós todos”.

Francisco narrou então um incidente acontecido na Argentina: uma menina de sete anos adoece e os médicos lhe dão poucas horas de vida. Seu pai, um electricista, um "homem de fé", “fica louco” e, nessa loucura, pega um ónibus até o santuário mariano de Luján, a setenta quilómetros de distância: "Ele chegou depois das nove da noite, quando já estava tudo fechado. E começou a rezar a Nossa Senhora, com as mãos apoiadas na cerca de ferro. E ele orava e orava, enquanto chorava e chorava... E ficou lá durante a noite toda, assim. Mas aquele homem estava lutando: ele lutava com Deus, lutava de verdade com Deus para conseguir a cura da sua filha. Depois, depois das seis da manhã, ele foi para a rodoviária, pegou o ónibus e chegou em casa, e foi para o hospital às nove da manhã, mais ou menos. E encontrou a esposa chorando. Ele pensou no pior. ‘Mas o que aconteceu? Não estou entendendo, não estou entendendo! O que foi?’. ‘É que os médicos vieram e me disseram que a febre desapareceu, que ela está respirando bem, que ela não tem mais nada!’, disse a mulher. ‘Ela vai ficar internada mais dois dias, mas eu não entendo o que aconteceu!’. Isso ainda acontece, viram só? Existem milagres!", afirmou o papa.

Mas é preciso orar com o coração: "Uma oração valente, que luta para conseguir tal milagre; não essas orações gentis: 'Ah, eu vou rezar por você', e recito um pai-nosso, uma ave-maria e depois me esqueço. Não! Mas uma a oração valorosa, como a de Abraão, que lutava com o Senhor para salvar a cidade; como a de Moisés, que mantinha as mãos levantadas e se cansava, orando ao Senhor; como a de muitas pessoas, de tantas pessoas que têm fé e que oram e oram com a fé. A oração faz milagres, mas nós temos que acreditar! Eu acho que podemos fazer uma linda oração... e dizer hoje, durante todo o dia: ‘Senhor, eu creio, mas me ajuda na minha incredulidade’... E quando nos pedirem para rezar por tanta gente que sofre nas guerras, por todos os refugiados, por todos aqueles dramas que estão acontecendo neste momento, rezar, mas com o coração, para Nosso Senhor: ‘Faz, Senhor!’, e dizer: “Senhor, eu acredito. Mas me ajuda na minha incredulidade’. Vamos fazer isto hoje", convidou Francisco.



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