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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Fundação AIS promove Musical Woytila no Coliseu do Porto

O espectáculo não é um musical clássico, mas sim um review, construído a partir de testemunhos de vidas que mudaram ou foram tocadas por João Paulo II


Braga, 29 de Maio de 2013


Neste ano em que se comemora o Ano da Fé e o Centenário do nascimento do Padre Werenfried, fundador da AIS e grande amigo pessoal de João Paulo II, a fundação AIS convida a assistir ao MUSICAL WOJTYLA, que será apresentado no dia 1 de Junho às 16h no Coliseu do Porto. 

Em 2011, por ocasião da beatificação do Papa João Paulo II, a Fundação AIS associou-se a este grande projecto de homenagem, um espectáculo multimédia elaborado a partir de testemunhos de vidas que mudaram ou foram tocadas por João Paulo II. O objectivo é muito simples: lembrar o Papa, o homem, o Santo, que poucos deixou indiferentes.

O musical WOTJYLA nasceu integrado num projecto de homenagem ao Papa João Paulo II, desenvolvido pela Paróquia de Cascais, por ocasião do Ano Sacerdotal. Este grupo nasceu com o objectivo de produzir e realizar um espectáculo musical com fins beneméritos. Teve a sua estreia no dia 18 de Maio de 2010, no Estoril, e esteve em cena durante 7 dias, sendo que dois destes dias foram sessões extras a pedido do público.

Dado o enorme impacto que o musical causou, aliado ao facto de terem tido variados pedidos para repor o espectáculo, a ATT (Associação para Tratamento das Toxicodependências) lançou um novo desafio ao grupo. Assim surgiu, de novo, o musical WOJTYLA que passou pelo Teatro Sá da Bandeira no Porto, Teatro Tivoli em Lisboa e Fernan Gomez em Madrid. E agora estreando no Coliseu do Porto.

Trata-se de um musical multimédia sobre João Paulo II. A peça não é um relato histórico nem uma biografia. São testemunhos.

Testemunhos de quem se cruzou com ele. Testemunhos de vidas que mudaram. Testemunhos acerca do lado mais divertido do Papa.

Momentos decisivos e momentos divertidos.

O espectáculo não é um musical clássico, mas sim um review, construído a partir de testemunhos de vidas que mudaram ou foram tocadas por João Paulo II. Incide também na relação de João Paulo II com os jovens.

O objectivo central e fundamental é lembrar João Paulo II, o homem, o Papa, o Santo, que poucos deixou indiferentes.

Para maiores informações: 



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Durante a Adoração Eucarística mundial com o Papa Arquidiocese de Seul rezará pela paz

Pe. Matthias informa à Fides que enviou cartas oficiais a todas as paróquias da arquidiocese que participarão da Adoração


Roma, 29 de Maio de 2013


Ao celebrar a solene Adoração Eucarística em simultânea mundial com o Papa Francisco, em 2 de Junho próximo, a Arquidiocese de Seul rezará com uma intenção especial: as relações pacíficas e a reconciliação entre Coreia do Sul e Coreia do Norte. É o que refere à Agência Fides pe. Matthias Hur Young-yup, Director para as Comunicações Sociais na Arquidiocese. O evento da Adoração foi idealizado por ocasião do Ano da Fé e apresentado esta manhã no Vaticano por Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. 

Pe. Matthias informa à Fides que enviou cartas oficiais a todas as paróquias da arquidiocese que participarão da Adoração. Na Catedral de Seul, a celebração terá a participação de milhares de jovens católicos: “Acreditamos que esta seja uma grande ocasião para nos unirmos com a Igreja em todo o mundo e para ajudar os jovens a reforçar a sua fé”, explica. 

Nesta fase de alta tensão entre as Coreias do Norte e do Sul, será feita a invocação de paz a Deus: “Já que o nosso Arcebispo é também Administrador Apostólico de Piongueangue (capital da Coreia do Norte), rezaremos de modo especial pelo bem-estar do povo da Coreia do Norte e para que se possam instaurar relações mais pacíficas com o governo da Coreia do Norte”, declara o Director. Dentre as outras intenções de oração: “Que a boa nova de Deus possa se difundir em todos os países da Ásia, e o Senhor conceda ajuda material e espiritual a todos os povos asiáticos”. 

Além disso, no dia 7 de Junho, Dia Mundial de oração pela santificação dos sacerdotes, todos os sacerdotes da arquidiocese de Seul farão uma peregrinação com o Arcebispo, visitando alguns lugares sagrados de Seul. (PA) (Agência Fides 28/5/2013)



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As reduções jesuítas foram um verdadeiro triunfo da humanidade

Palavras do cardeal Ouellet na abertura da Semana Paraguaia em Roma


Roma, 29 de Maio de 2013


Reproduzimos a seguir o discurso do cardeal Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina e prefeito da Congregação para os Bispos, feito na abertura da semana de celebrações organizada pela Embaixada do Paraguai junto à Santa Sé, nesta segunda-feira, 27 de Maio, na Real Academia da Espanha em Roma.

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Eu me sinto muito honrado por presidir este ato de abertura das três jornadas que marcarão este importante evento promovido pela Embaixada da República do Paraguai perante a Santa Sé, com o especial auspício da Comissão Pontifícia para a América Latina, da Real Academia da Espanha em Roma e do Meeting para a Amizade entre os Povos. Seu objectivo é comemorar o Bicentenário da Proclamação da República do Paraguai, o 25º aniversário da Canonização de São Roque González de Santa Cruz e o 25º aniversário da visita de Sua Santidade, o beato João Paulo II, com uma série de actos de importante envergadura cultural e espiritual. Aproveito esta bela ocasião, também, para cumprimentar muito cordialmente o director desta ilustre academia que nos hospeda, os senhores embaixadores que nos acompanham e os sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que quiseram participar do evento.

E como não poderia ser diferente, este ato de abertura do evento se realiza conjuntamente com a inauguração da exposição “As reduções jesuítas do Paraguai: uma aventura fascinante que perdura no tempo”. Partir das reduções e do testemunho de santos e mártires como Roque González de Santa Cruz é ir até as raízes da pátria paraguaia, mas não isoladamente, e sim no mais vasto território dos povos irmãos da bacia do Prata.

Sobre as reduções jesuítas do Paraguai foi escrito que elas “pareciam um triunfo da humanidade”. Quem as descrevia sinteticamente desse modo? Por acaso algum católico em euforia apologética? Não! Foram palavras, nada menos, que de Voltaire, no geral tão virulentamente agressivo contra a Igreja católica. Sim, as reduções foram um verdadeiro triunfo de humanidade, porque um punhado de jesuítas foi capaz de colocar as tribos guaranis em condições materiais, culturais e religiosas de afirmar e valorizar a própria humanidade. No extraordinário laboratório e na experiência fascinante das reduções, a evangelização e a promoção humana se combinaram indissociavelmente, sem necessidade de muitas teorizações, movidas apenas pelo amor à vida e ao destino dos povos indígenas. Não houve, em todo o tempo colonial, qualquer experiência semelhante de educação e de instrução dos indígenas, de edificação de comunidades de pessoas e famílias e de comunhão de bens, de formação técnica e cultivo das artes, de crescimento artesanal e industrial, de produtividade no trabalho agrícola, de participação dos indígenas na organização da vida colectiva e civil.

Os jesuítas chegaram e começaram a sua obra na vasta bacia do Prata no alvorecer dos anos 1.600. Vinte e cinco anos depois, já existiam no Guairá, entre as actuais províncias de San Pablo e Paraná, 13 reduções com mais de 100.000 indígenas. Em sua fase de estabilização e de apogeu, por volta de 1.700, os povoados misioneros do Alto Paraná e do Alto Uruguai já eram 30, com 5.000 indígenas cada um. Mas as missões do Paraguai não foram só o “foco de desenvolvimento” mais portentoso da bacia do Prata. Elas serviram como centro de experimentação e como guia para a fundação de uma rede de missões na América do Sul: nos llanos orientais da Colômbia, no Maranhão, nas planícies do Alto e Médio Amazonas, nas planícies de Chiquitos, no sudeste da Bolívia actual, e ainda no nordeste boliviano.

Que extraordinária força construtiva da fé vivida, comunicada, compartilhada! Não bastava protestar nem denunciar a opressão sofrida pelos indígenas; era necessária uma companhia, uma amizade, capaz de abraçar toda a sua vida, todas as dimensões da sua vida, e gerar assim uma obra de alta qualidade humana, as experiências surpreendentes de uma nova civilização em germe.

Eu acredito que podemos afirmar com muitas razões que a brutal expulsão de todos os jesuítas dos territórios submetidos às coroas espanhola e portuguesa, e a conseguinte dispersão dos povoados missioneiros, constituiu a destruição da mais importante experiência social de verdadeiro progresso em terras do “Novo Mundo” e uma das causas mais graves do seu posterior atraso. O povo paraguaio, porém, e os povos da bacia do Prata, continuam marcados no tempo por esta profunda experiência. “Uma aventura fascinante que perdura no tempo”, como bem diz o título da exposição que poderemos admirar aqui, graças à gentil disposição dos amigos do Meeting de Rímini, e que ficará ainda mais ilustrada pela experiência e pelas reflexões do reverendo pe. Aldo Trento, que tenta nada menos que reactualizar a obra das reduções na sua própria paróquia, ele que, ao mesmo tempo, é um grande estudioso das reduções jesuítas guaraníticas.

As missões jesuíticas me trazem à memória o fato de que nós temos hoje o primeiro jesuíta Sucessor de Pedro, que vem daquelas terras platinas e que nos chama a ir a todas as periferias humanas, sociais e culturais, para anunciar o Evangelho e difundir a força construtiva da caridade.

Cumprimento, pois, o senhor embaixador do Paraguai diante da Santa Sé, Sr. Esteban Kriskovic, por ter concretizado esta oportuna e importante iniciativa, que, em meio a comemorações tão significativas, permite voltar às melhores raízes e renovar o compromisso pelo serviço evangelizador e pela construção de condições de fraternidade e de justiça na vida dos povos. 


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Regnum Christi promove período de conversão para que a sua renovação seja profunda no amor

Carta enviada a todos os membros


Roma, 29 de Maio de 2013


Publicamos a seguir o texto completo de uma nota de imprensa publicada pelo movimento Regnum Christi.

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Ao se aproximar o término do processo de renovação que o Regnum Christi iniciou em 2010, seus responsáveis gerais incentivaram um período especial de conversão para encerrar com profundidade esta etapa da sua história: “Não queremos que os acontecimentos que vamos viver sejam apenas encontros para estudar e aprovar o texto das constituições e dos estatutos, nem que se limitem a fazer uma revisão superficial da nossa vida”, diz a carta, enviada a todos os membros.

“Sentimos que é necessária uma adequada preparação espiritual, um itinerário pessoal e comunitário para renovar o amor”, afirmam os superiores. “O verdadeiro fruto será a transformação das nossas mentes e dos nossos corações para a alegria e para a entrega no caminho de santidade que Deus nos propõe”. O texto explicita alguns pontos que os próprios responsáveis assumem neste processo.

No começo de 2014, deverão acontecer o Capítulo Geral dos Legionários de Cristo, as Assembleias Gerais dos consagrados e consagradas do Regnum Christi e a Assembleia Geral do movimento em seu conjunto. Os encontros também servirão para finalizar a redacção das novas constituições e estatutos, o que concluirá o processo de renovação e purificação que o papa Bento XVI lhes pediu no ano de 2010 e que foi guiado pelo delegado pontifício, cardeal Velasio De Paolis.

Neste contexto da sua história, os responsáveis gerais pelo Regnum Christi compartilharam com todos os membros uma carta em que expressam o desejo de continuar focando no caminho de conversão pessoal e comunitária para uma profunda renovação no amor: “Seria triste se pretendêssemos medir os frutos do capítulo e das assembleias pela profundidade e pela beleza dos seus documentos”, afirmam. “O verdadeiro fruto será, antes, a transformação das nossas mentes e dos nossos corações para a alegria e para a entrega no caminho de santidade que Deus nos propõe”.

Os superiores propuseram um tempo de conversão que começará com a festividade do Sagrado Coração: “A renovação em santidade da Legião e do Regnum Christi dependem da nossa capacidade de realizar a verdade na nossa vida e de acolher com simplicidade a graça da conversão”, afirmam eles na carta, convidando os membros, a partir do contexto em que cada um se encontra, a “se abrirem à graça de uma verdadeira renovação no amor por Deus, pelo próximo e pela própria vocação no Regnum Christi”, além de se disporem “a encontrar aqueles que se sentem feridos” e a cultivar “o desejo de aprender a perdoar e a humildade de pedir perdão, para não viver presos ao rancor”.

No âmbito das comunidades de legionários, consagrados e membros leigos, os responsáveis gerais do Regnum Christi expressam o desejo de ver renovada e fortalecida a “união de corações” nas coisas essenciais, para viver e imitar a vida das primeiras comunidades cristãs. Os responsáveis fazem votos também de que “nos reconciliemos em todas as áreas necessárias e aprendamos a nos escutar, nos compreender, nos aceitar e nos exigir santamente”, assim como a “comprometer-nos uns com os outros para ser verdadeiramente irmãos na vocação comum e na missão que compartilhamos”.

Os próprios responsáveis gerais assumem na carta vários aspectos com os quais se comprometem eles mesmos para “levar adiante o caminho de renovação que a Igreja nos demarcou”, e que são: chegar ao capítulo e às assembleias “tendo alcançado uma clareza maior sobre o dom que Deus dá à Igreja através do Regnum Christi; tendo amadurecido as regras e as estruturas que mais podem ajudar-nos a custodiar o carisma; e tendo plantado os alicerces para superar o que deve ser purificado em nossa mentalidade e em nossos costumes”. Os superiores renovam ainda a determinação de “continuar indo ao encontro de todos aqueles que mais sofreram” e o “compromisso pessoal e institucional de colocar os nossos talentos a serviço da Igreja, com humildade, gratidão e entusiasmo”.

A carta termina pedindo que todos se unam à novena ao Sagrado Coração e rezem com insistência para que se realize “uma nova efusão do Espírito Santo, que transforme, cure e renove os nossos corações como em Pentecostes”.



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Publicados os ''Ensinamentos de Bento XVI'' (2012-2013)

Último volume do ''Dicionário completo de temas e nomes'' dedicado ao papa emérito


Roma, 29 de Maio de 2013


Acaba de ser publicado o oitavo tomo dos “Ensinamentos de Bento XVI” (2012-2013).

Desde que o papa Ratzinger chegou ao pontificado, a colecção publicada pela Edibesa apresenta um “Dicionário completo de temas e nomes” que proporciona uma visão de conjunto do magistério de Bento XVI.

Os autores, José Antonio Martínez Puche, OP, e Juan Gil Aguilar, O. Carm, destacam as dez entradas mais importantes do oitavo tomo, que são Jesus Cristo, oração, paz, ecumenismo, Maria, bispos, doutores da Igreja, Vaticano II, fé e caridade.

O papa Ratzinger contou com o trabalho dos sacerdotes para levar até cada católico a Palavra de Deus, capaz de canalizar os melhores anseios dos homens, necessitados de paz. Uma paz que só pode ser conseguida por meio da oração, à qual o papa emérito dedica os seus últimos anos, ensinando-nos, assim, com sua vida e com suas palavras.

O casamento e a família também foram objectivo privilegiado dos seus esforços apostólicos, que encontraram na eucaristia o centro e a fonte da vida cristã, sem esquecer um dos seus temas preferidos: Deus é caridade e amor. E é nesse amor de Deus que se alicerça a esperança do homem e, muito especialmente, os mais elevados almejos da juventude.

Estes são alguns dos muitos temas presentes no exaustivo dicionário do magistério de Bento XVI na última etapa do seu pontificado.



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O Senhor sempre nos dá o que pedimos, mas ao modo divino

Homilia do Papa Francisco na casa Santa Marta


Brasília, 29 de Maio de 2013


“O Senhor nos dá a graça, mas ao seu modo divino”, disse o Santo Padre na homilia desta manhã na Casa Santa Marta, na qual estavam presentes funcionários do Governatorado Vaticano.

Lembrando um momento particular da sua vida, o Papa disse que certa vez passava por uma escuridão interior e precisava de uma Graça especial de Deus. Foi pregar exercícios espirituais a umas irmãs e, no último dia, veio uma irmã de 80 anos se confessar, “mas com os olhos claros, luminosos”. Depois da confissão deu-lhe como penitência pedir a Deus a graça que ele estava precisando, porque “se você pedir a Deus, com certeza Ele te dará”, disse à irmã. Ela, depois de um momento de silêncio, falou assim: “Com certeza que Deus te dará a Graça, mas não se engane, te dará essa Graça ao modo divino”.

“Isso me fez tanto bem. Escutar que o Senhor sempre nos dá o que lhe pedimos, mas ao modo divino. E o modo divino é esse até o final. O modo divino envolve a cruz, não por masoquismo: não, não! Por amor. Por amor até o final!”

A liturgia de hoje narra aquela cena de Jesus subindo a Jerusalém com os discípulos e anunciando-lhes a sua paixão, morte e ressurreição. E nesse caminho de fé, os discípulos quiseram ficar na metade do caminho discutindo entre si “como arrumar a Igreja, como arrumar a salvação”. João e Thiago até chegaram a pedir para sentar-se à direita e outro à esquerda, gerando mais discussão sobre quem era mais importante na Igreja. “A tentação dos discípulos – diz o Papa – é a mesma de Jesus no deserto quando o demónio lhe propôs outro caminho”. A tentação de fazer tudo rápido, milagres, até mesmo de ser “um para-quedista sem para-quedas”. É a tentação de Pedro, quando num determinado momento não aceita a paixão de Jesus.

“É a tentação de um cristianismo sem cruz. Um cristianismo à metade do caminho”, que “é a tentação do triunfalismo. Nós queremos o triunfo agora, sem ir à cruz, um triunfo mundano, um triunfo racional”.

“O triunfalismo na Igreja paralisa a Igreja. O triunfalismo nos cristãos paralisa os cristãos. É uma Igreja triunfalista, é uma Igreja à metade do caminho, uma Igreja que é feliz assim, bem organizada – bem organizada! – com todos os escritórios, tudo no lugar, tudo bonito, não é? Eficiente. Mas uma Igreja que renega os mártires, porque não sabe que os mártires são necessários para a Igreja pelo caminho de cruz. Uma Igreja que somente pensa nos triunfos, nos sucessos, que não sabe aquela regra de Jesus: a norma do triunfo por meio da derrota, da derrota humana, da derrota da cruz. E essa é uma tentação que todos nós temos”.

Ao término da homilia o Papa fez essa oração:
“Peçamos ao Senhor a graça de não ser uma Igreja à metade do caminho, uma Igreja triunfalista, dos grandes sucessos, mas de ser uma Igreja humilde, que caminha com decisão, como Jesus. Avante, avante, avante. Coração aberto à vontade do Pai, como Jesus. Peçamos essa graça”.



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A Igreja é a família na qual se ama e se é amado

Catequese do Papa Francisco durante a Audiência Geral de hoje


Cidade do Vaticano, 29 de Maio de 2013


A Audiência Geral desta manhã aconteceu às 10h30 na Praça de São Pedro, onde o Santo Padre Francisco se encontrou com grupos de peregrinos e fieis da Itália e de outros países. No seu discurso em língua italiana, o papa começou um novo ciclo de catequeses sobre o Mistério da Igreja, partindo das expressões dos textos do Concílio Ecuménico Vaticano II. O tema de hoje: "A Igreja: família de Deus". Oferecemos a tradução do discurso do Papa.

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Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Quarta-feira passada destaquei o vínculo profundo entre o Espírito Santo e a Igreja. Hoje eu gostaria de começar algumas catequeses sobre o mistério da Igreja, mistério que todos nós vivemos e do qual fazemos parte. Gostaria de fazer com expressões bem presentes nos textos do Concílio Ecuménico Vaticano II.

Hoje, a primeira: a Igreja como Família de Deus
Nos últimos meses, mais de uma vez eu fiz referência à parábola do filho pródigo, ou melhor, do pai misericordioso (cf. Lc 15, 11-32). O filho mais novo sai da casa de seu pai, desperdiça tudo e decide voltar porque percebe que cometeu um erro, mas já não se considera digno de ser filho e pensa poder ser acolhido como servo. O pai, em vez disso, corre para encontrá-lo, abraça-o, e lhe restitui a dignidade de filho e faz festa. Esta parábola, como outras no Evangelho, mostra bem o desígnio de Deus para a humanidade.

Qual é este projecto de Deus? É fazer de todos nós uma única família de seus filhos, em que cada um o sinta próximo e se sinta amado por Ele, como na parábola evangélica, sinta o calor de ser família de Deus. Neste grande desígnio encontra a sua raiz a Igreja, que não é uma organização fundada por um acordo com algumas pessoas, mas - como nos lembrou várias vezes o Papa Bento XVI - é obra de Deus, nasceu deste plano de amor que se realiza progressivamente na história. A Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todos os homens à comunhão com Ele, à sua amizade, e de fato a participar como filhos seus da sua mesma vida divina. A mesma palavra “Igreja”, do grego Ekklesia, significa “convocação”: Deus nos convoca, nos impele a sair do individualismo, da tendência a fechar-se em si mesmos e nos chama a fazer parte da sua família. E essa chamada tem a sua origem na mesma criação. Deus nos criou para que vivamos em uma relação de profunda amizade com Ele, e ainda quando o pecado quebrou esta relação com Ele, com os outros e com a criação, Deus não nos abandonou. Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, oferece-lhe o seu amor, acolhe-o. Chamou Abraão para ser pai de uma multidão, escolheu o povo de Israel para estabelecer uma aliança que envolva todas as nações, e enviou, na plenitude dos tempos, o seu Filho para que o seu plano de amor e de salvação se realize numa nova e eterna aliança com toda a humanidade. Quando lemos os Evangelhos, vemos que Jesus reúne em torno dele uma pequena comunidade que acolhe a sua palavra, segue-o, compartilha a sua jornada, se torna a sua família, e com esta comunidade Ele prepara e constrói a sua Igreja.

De onde nasce então a Igreja? Nasce do gesto supremo de amor na Cruz, do lado trespassado de Jesus, do qual jorram sangue e água, símbolo dos Sacramentos da Eucaristia e do Baptismo. Na família de Deus, na Igreja, a seiva vital é o amor de Deus que se concretiza no amá-Lo e no amar os outros, todos, sem distinção e medida. A Igreja é a família na qual se ama e se é amado.

Quando se manifesta a Igreja? Comemoramos dois domingos atrás; manifesta-se quando o dom do Espírito Santo enche o coração dos Apóstolos e os empurra a sair e começar o caminho de anunciar o Evangelho, difundir o amor de Deus.

Ainda hoje tem gente que diz: "Cristo sim, Igreja não". Como aqueles que dizem "eu acredito em Deus, mas não nos sacerdotes". Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Claro, tem também elementos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fieis, há falhas, imperfeições, pecados, também o Papa os tem e muitos, mas o bonito é que quando nos damos conta de sermos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, quem sempre perdoa. Não esqueçam: Deus sempre perdoa e nos recebe no seu amor de perdão e de misericórdia. Alguns dizem que o pecado é uma ofensa a Deus, mas também uma oportunidade de humilhação para dar-se conta de que existe algo mais bonito: a misericórdia de Deus. Pensemos nisso.

Perguntemo-nos hoje: o quanto eu amo a Igreja? Rezo por ela? Me sinto parte da família da Igreja? O que eu faço para que seja uma comunidade na qual cada um se sinta acolhido e compreendido, sinta a misericórdia e o amor de Deus que renova a vida? A fé é um dom e um ato que nos afecta pessoalmente, mas Deus nos chama a viver a nossa fé juntos, como família, como Igreja.

Peçamos ao Senhor, de maneira especial neste Ano da Fé, que as nossas comunidades, toda a Igreja, sejam cada vez mais verdadeiras famílias que vivem e transmitem o calor de Deus.

[Tradução do original Italiano por Thácio Siqueira]



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Vontade de potência ou vontade de verdade: o que deve orientar uma Universidade?

O único modo de se defender a vida é, por incrível que pareça, afirmar o primado da verdade sobre ela


Roma, 29 de Maio de 2013


Cada vez fica mais evidente a actual crise das Universidades. Essa não se refere a factores económicos, nem mesmo ao fato dos jovens chegarem ao ensino superior com um nível de aprendizagem cada vez mais baixo, mas sim a uma verdadeira crise de identidade. A pergunta séria, que muitos querem silenciar, é simplesmente: para que serve uma Universidade? É interessante a questão sobre o que deveria inspirar uma Universidade, algo que não é de hoje, pois foi colocada por diversos pensadores do século passado. Damos uma resposta aqui a partir das reflexões do filósofo e teólogo alemão Romano Guardini, que se dedicou ao ensino universitário por mais de 60 anos, desde o início do século XX[i].

Para ele, a Universidade é o lugar por excelência onde se pode dizer e escutar a verdade. De modo que essa instituição «adoece quando a verdade deixa de ser o ponto de referência principal do saber universitário» (pg. 40). Quando Guardini defendeu essa tese, trazia na memória as experiências sofridas durante a tirania nazista, na qual muitos intelectuais se comprometeram com uma ideologia que aparentemente queria aplicar uma verdade, mas que vivia da mentira e da violência. Para ele, a causa da traição de vários intelectuais daquele período foi a tese de que a verdade existe para servir à vida. O filosofia vitalista de F. Nietzsche, de fato, defendia que a verdade nada mais era do que um conjunto de metáforas, uma invenção dos débeis para dominar os mais fortes.

Para a dita filosofia a verdade deve servir à vida, à produção, ao sucesso (também do Estado), em uma palavra, a tudo o que é útil à vida. E o que seria útil à vida? Isso seria decidido pela vontade mesma. Surgia assim a tirania da «vontade de poder», uma vontade forte desligada do compromisso para com a verdade e para com o bem de todos. Nesse contexto, a Universidade nada mais seria do que uma peça da engrenagem da máquina estatal para transmitir os “novos valores” ao povo alemão. O Estado seria o detentor único de uma filosofia superior que afirmaria a supremacia da vida do novo homem.

Para Guardini, essa doutrina é falsa e destrutiva, e isso pode ser demonstrado não só filosoficamente, mas também através da história. Pois o homem vive daquilo que está acima dele. O homem é como uma árvore invertida, que possui suas raízes no Céu, como bem viu Platão[ii]. A vida não pode ser o valor supremo, pois essa tem em si aspectos contraditórios. Os animais são governados pelo instinto, mas o homem pode dizer não a eles. O homem é um ser livre e pode querer inclusive o que vai contra a sua própria vida própria e a do seu próximo. No ser humano há não só a vontade de viver, mas também o instinto de morte. Como poderia, pois, a verdade servir à vida, sendo que essa possui um carácter contraditório?

Historicamente se viu que quando a vida é colocada acima da verdade, paradoxalmente, surge todo tipo de atrocidade. Quando uma vida ideal – a ideologia da segurança e do bem-estar a todo custo – é buscada independentemente da verdade, os homens reais correm o risco de sofrer todo tipo de brutalidade. A busca por um “super-homem” foi uma ilusão que causou o extermínio de milhões de seres humanos reais, e deveríamos aprender algo com a história.

Sendo assim, o único modo de se defender a vida é, por incrível que pareça, afirmar o primado da verdade sobre ela. Somente em relação à verdade a vida humana se torna justa e recta. «Acima da vida deve estar algo que não depende dela, que não a serve, mas que tem em si mesmo uma excelência: a verdade. Saber isso, descobrir isso em modo sempre novo, experimentá-lo, anunciá-lo: eis o papel das Universidades. Se isso é esquecido, a Universidade perde o seu sentido. Torna-se uma escola profissionalizante entre outras, que possui um significado prático, mas não um valor espiritualmente essencial» (p. 27).

A Universidade deve servir à busca da verdade por si mesma. A razão da crise de identidade das Universidades actuais consiste no fato de que as ciências busquem a verdade, mas culturalmente somos levados a crer que a verdade não existe. Muitas vezes o dogma da inexistência da verdade é “ensinado” nas mesmas Universidades, as quais deveriam alimentar nos alunos o desejo de descobrir e de servir à verdade. Surge assim uma tensão na comunidade académica: entre os que buscam a verdade por si mesmo e os que se deixam seduzir pelo cepticismo, o qual se manifesta em uma destrutiva «vontade de poder».

Certamente, só quando a Universidade busca a verdade por si mesma pode contribuir para salvaguardar a dignidade inalienável da pessoa humana e a sua própria identidade. O risco da Universidade é o de colocar-se ao serviço de algo que seja inferior à verdade mesma: seja ao Estado, seja aos interesses de mercado. Uma Universidade digna desse nome deve guiar-se pela vontade sincera de verdade e não pela «vontade de poder», de sucesso político ou de lucro. Só assim ela continuará sendo um verdadeiro caminho verso algo de único (uni-versus), a verdade, que é objectiva e a única a garantir realmente a defesa da dignidade da vida humana.

Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.

[i] R. Guardini, Tre scritti sull’università, Morcelliana, Brescia 1999. O terceiro texto do livro é uma das últimas conferências de Guardini e tem o título: “Vontade de poder ou vontade de verdade? Um interrogativo para a Universidade”.

[ii] Platão, Timeo, 90a. O filósofo francês Rémi Brague (1947), vencedor do prêmio Ratzinger 2012 retormou recentemente esse tema platônico, dizendo que o homem tem suas âncoras no céu. Cfr. R. Brague, Ancore nel cielo. L’infrastruttura metafisica, Vita e Pensiero, Milano 2011.



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Carlos Ibay, tenor e pianista cego e «embaixador da fé católica»

«Nessun dorma» tocado e cantado ambas!
Aqueles que vão cada domingo à paróquia de San Miguel em Anandale (Virgínia), onde se senta ao órgão sentem fluir «a bondade de Deus desde a sua música às suas almas».

Actualizado 11 de Maio de 2013

C.L. / ReL


Carlos Alberto Ibay é de origem filipina, ainda que viva nos Estados Unidos. Cada domingo desde 2008 os fiéis da paróquia de San Miguel em Annandale (Virgínia) assistem à missa na qual o jovem, de 33 anos, põe música sentado ao órgão.

E então toda a comunidade vibra junta e às vezes vem logo a dar-lhe os parabéns com lágrimas nos olhos: "A bondade de Deus parece fluir desde a minha música até às suas almas", disse o mesmo Carlos. Mas não é só opinião sua: "Ele impulsa a gente a responder, não oprime os fiéis", diz o seu pároco, Jerry Pokorsky. "Quando o vês tocar e cantar... Sentes a graça de Deus atravessá-lo", especifica Sharon Shafer, directora do coro paroquial.

Porque não só faz ambas as coisas muito bem, mas sim que além disso Carlos é cego. Ao nascer, prematuro de sete meses, pesou apenas seiscentos gramas, e passou os três seguintes na incubadora. Ali um excesso de oxigénio produziu-lhe uma retinite pigmentosa que o deixou cego.

Quando tinha três anos ofereceram-lhe um trem de brinquedo que enquanto dava voltas tocava a típica canção infantil Twinkle, twinkle, little star. Tanto a escutou, que um dia Carlos se aproximou do pequeno órgão Hammond que havia em casa e, quase à primeira, reproduziu espontaneamente essa música. Os seus pais não o duvidaram e adquiriram para ele um piano Steinway. Começava a frutificar o seu talento.

Hoje esse talento deu a volta ao mundo, porque Ibay, além de ser um excelente pianista, tem uma voz de tenor que lhe permite interpretar e tocar ambas com um nível excepcional peças clássicas como a ária Nessun dorma da ópera Turandot de Giacomo Puccini, o qual, unido à sua evidência, converte-o num artista quase único no mundo.



Carlos ofereceu quase uma centena de concertos em 21 estados dos Estados Unidos e mais de cinquenta em outros sete países: Espanha, Rússia, Brasil, Itália, Israel, Filipinas e Austrália. E é professor no Conservatório Eastman de Rochester (Nova Iorque).

As suas aulas de piano começaram a sério aos 6 anos, e as de canto aos 15. "É absolutamente capaz de acompanhar-se a si mesmo. Há muito poucas pessoas no planeta que possam tocar e cantar tão bem como Carlos", confirma Harry Dunstan, director artístico do American Center for Puccini Studies e seu professor de canto.


"Eu queria ver a Criação de Deus, contemplar a sua bondade", explica Carlos Ibay à Catholic News Service: "Creio que Deus privou-me da vista para que não visse as coisas más. Cada vez que toco e canto, ainda que seja praticando, ofereço-o pela glória de Deus". E a essa facilidade para a música acrescenta a dos idiomas, pois fala com total domínio sete línguas além do inglês: espanhol, francês, alemão, italiano, português, japonês e russo.

A mãe de Carlos, católica de grande devoção, levou o seu filho a ver João Paulo II em 1997, e ele guarda aquela bênção como uma das suas melhores recordações.

"Ele encarna todos os aspectos positivos possíveis da fé católica", acrescenta Dunstan: "É um dos melhores embaixadores da fé católica que possas encontrar. A sua personalidade é irrepreensível. Instintivamente, as pessoas o querem".

Depois das suas cinco horas de treino diário, costuma fazer no ginásio um bom pedaço de bicicleta e fita, acompanhado por uma garrafa de água... E o seu rosário. "Sigo em frente porque Deus me ajuda a seguir em frente. Todos os anjos e santos tiram de mim, e por isso sei que vou estar bem", explica.

O seu testemunho serve além disso para os jovens. Forma parte do grupo juvenil da paróquia do Espírito Santo, onde lança uma mensagem aos seus companheiros: "Não abandoneis os vossos sonhos. Tereis toda a vida pela frente. Deus quer que aceiteis esta oferta do Espírito Santo abrindo-lhes a mente. Conseguireis".

E então toca-lhes e canta uma das canções que mais fama lhe deram, a sua versão de The prayer, o célebre dueto de Céline Dion e Andrea Bocelli:




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O médico curado por um milagre de Madre Laura quase nem a conhecia: e tu?

Este domingo, primeira santa colombiana

Actualizado 11 de Maio de 2013

Pablo Ginés/ReL
Laura de Jesús Montoya Upegui, Madre Laura, converte-se este domingo na primeira santa nascida na Colômbia e a primeira pessoa canonizada no pontificado de Francisco.

De mestra, a evangelizadora na selva
Laura nasceu em 1874, foi mestra, e aos 39 anos sentiu o impulso de dedicar-se à evangelização dos índios e lançou-se à selva com algumas companheiras.



Laura Montoya, mestra.
Quando morreu, depois de 32 anos de apostolado, deixava uma congregação nova, as "Missionárias de Maria Imaculada e de Santa Catalina de Siena", com 467 religiosas, 93 noviças, 71 casas na Colômbia, 17 no Equador e 2 na Venezuela. Hoje as "lauritas", como se as chama, estão presentes em 21 países.

O médico que recebeu o milagre
Pouco ou nada sabia disto o médico de Antioquia da Colômbia, Carlos Eduardo Restrepo Garcés, quando se curou milagrosamente pela intercessão da então Beata Laura, em 2005. É outro desses milagres modernos, com abundante documentação, que sucedem num hospital do século XXI.

O doutor Restrepo tinha 33 anos, e estava morrendo. Já lhe tinham administrado a Unção dos Enfermos. Uma grave enfermidade no seu sistema imunológico tinha gerado uma infecção no seu coração e danos renais.

“Em algum momento tinha ouvido falar de Madre Laura, ainda que eu não sabia do seu trabalho evangelizador”, admitiu depois. Mas pediu a sua intercessão na noite antes de uma grave operação. "Essa noite dormi placidamente, aí começou o milagre", explica à imprensa colombiana. "No dia seguinte, começam a passar-se eventos que se saiam do usual” e finalmente “não me operam e recupero-me rapidamente. Em três meses”. E quando vai aos meios de comunicação colombianos, acrescenta: "não discuto se foi ou não um milagre, só sei que ela me curou".


Carlos Eduardo Restrepo.
Uma ponte com a Madre Laura?

Então, e hoje, o doutor Restrepo considera-se um “católico normal”, que habitualmente ia (e vai) à missa. É anestesista, gosta de viajar, gosta de ler, especializou-se em Londres e estudou também no Canadá. Trabalha muito e a sua mãe brinca que o seu filho médico não tem tempo para encontrar namorada.

"Tenho que dizer que não sou uma ponte com a Madre Laura ainda que eu sou o parceiro, o conhecido. Não quero que se perca a essência do recebido. Não sou um iluminado escolhido", adverte o médico. Há gente que lhe pediu que imponha as mãos a um ser querido enfermo. "O melhor que eu posso dar a um paciente é o que sei fazer e as minhas orações", remata.

Referindo-se ao milagre: "Quem na vida pensa que com um favor que recebeu de alguém o vão nomear santo no Vaticano? Ninguém. Este é um processo único".


Uma religiosa valente e audaz.
A Colômbia está entusiasmada com a sua primeira santa, e especialmente em Medellín, Bogotá e Jericó (sua cidade natal) prepararam-se festejos.

Foi beatificada em 2004, pela cura inexplicável de uma senhora idosa chamada Herminia González, um milagre que se começou a estudar em 2001.

As virtudes heróicas da santa resume-as a superiora actual: “A Madre Laura soube fazer vida o Evangelho de Jesus de Nazaré, integrando de forma criativa o amor a Deus e o serviço às populações mais discriminadas da sua época, os indígenas, o palenque de Uré e sectores urbanos marginalizados”, ressaltou a Irmã Ayda Orobio Granja, Madre Superiora Geral da Comunidade Irmãs Missionárias Madre Laura.

Deixou muitos textos, e quase 3.000 cartas
Da Madre Laura há bastante informação. Por exemplo, a sua Autobiografia, redigida por mandato dos seus confessores, é um livro apaixonante, cheio de aventuras missionárias e espirituais, acompanhada de textos como as suas Cartas missionárias, a Aventura Missionária de Dabeiba, os seus livros de meditações e de espiritualidade e cerca de três mil cartas em grande parte inéditas que se conservam no Arquivo das suas Missionárias.

Órfã, cresceu perdoando
Nasceu em 1874, mataram o seu pai na guerra civil de 1876, e cresceu com a sua mãe, uma mulher devota que ensinou os seus 3 filhos a perdoar e orar pelos assassinos do seu pai.

Já em menina teve duas experiências místicas impactantes. Aos 6 anos, experimentou o que descreveria como "um conhecimento de Deus e das suas grandezas, tão fundo, tão magnífico, tão amoroso, que hoje, depois de tanto estudar e aprender não sei mais de Deus que o que soube então. Senti-o por longo tempo… E terminei chorando e gritando alto. Chorei muito tempo de alegria, de opressão amorosa e gritei".

Aos 10 anos, outra experiência mística, trabalhando com a sua mãe. Como era já costume seu, ofereceu o trabalho a Deus e de súbito, como resposta, “infundiu-me um veemente desejo de comungar. Fiz a comunhão espiritual e sem dizer mais. Como electrizada, como se não sentiria o que em redor se passava, como se tivesse uma dor soberana, como uma mescla de amor extraordinário, como se a Santa Eucaristia passasse a minha alma de parte em parte, banhei-me em lágrimas sem senti-lo".

De menina leu a vida de São Luís Gonzaga e a de São Paulo o ermita. Do primeiro aprendeu o amor à pureza e à mortificação; do segundo, o gosto pela solidão. Teve para as suas aprendizagens outro grande livro: a natureza, porque gostava de passear pelo campo.

Madre Laura, entre os índios.
Pensando em índios e selvas
Foi em 1900 quando pela primeira vez sentiu um impulso de ir para as selvas a evangelizar, quando lhe falaram de índios que eram "assediados" por pastores protestantes. Tentou convencer a sua irmã Carmela: "Viveríamos em ranchitos, como eles, e trataríamos de fazer-lhes o bem", disse-lhe.

Foi em 1908 quando pode fazer a sua primeira expedição missionária, em companhia do seu pároco, o padre Ezequiel Pérez, na comarca indígena de Guapá, com "três senhorinhas, seduzidas mais pelo desporto e até pelo interesse de falar de orquídeas e minas de ouro que por paixão do apostolado", escreve um biógrafo.


Daí, as missionárias em 21 países, uma vida de constância e oração.

Uma biografia de Madre Laura em PDF:


http://biblioteca-virtual-antioquia.udea.edu.co/pdf/11/11_1449424606.pdf

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Papa Francisco e o Milagre Eucarístico de Buenos Aires


O actual Papa Francisco conduziu investigação para comprovar um dos maiores milagres eucarísticos da história recente, ocorrido em Buenos Aires em 1996.

Foi o chamado Milagre Eucarístico de Buenos Aires, onde uma Hóstia Consagrada tornou-se Carne e Sangue. O Cardeal Jorge Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, hoje Papa Francisco, ordenou que se chamasse um fotógrafo profissional para tirar fotos do acontecimento para que os factos não se perdessem. Depois foram conduzidas pesquisas de laboratório coordenadas pelo Dr. Castanon.

Os Estudos mostraram que a matéria colhida da Hóstia era uma parte do ventrículo esquerdo, músculo do coração de uma pessoa com cerca de 30 anos, sangue tipo AB de uma pessoa que tivesse sofrido muito com a morte, tendo sido golpeado e espancado. Os cientistas que realizaram o exame e os estudos não sabiam que era material proveniente de uma Hóstia Consagrada, isso só lhes foi revelado após a análise, e foram surpreendidos porque haviam encontrado glóbulos vermelhos, glóbulos brancos pulsando durante a análise, como se o material tivesse sido colhido directo de um coração ainda vivo.

A Hóstia Consagrada tornou-se Carne e Sangue

Às 19 horas, de 18 de Agosto de 1996, o Padre Alejandro Pezet celebrava a Santa Missa numa igreja no centro comercial de Buenos Aires. Como estava já a terminar a distribuição da Sagrada Comunhão, uma mulher veio até a ele e informou que tinha encontrado uma hóstia descartada em um candelabro na parte de trás da igreja. Chegando ao lugar indicado, o Padre Alejandro Pezet viu a hóstia profanada. Como ele não pudesse consumi-la, colocou-a em uma tigela com água, como manda a norma local, e colocou-a no Santuário da Capela do Santíssimo Sacramento, aguardando que dissolvesse na água.

Na segunda-feira, 26 de Agosto, ao abrir o Tabernáculo, viu com espanto que a Hóstia se havia tornado uma substância sangrenta. Relatou o facto então ao Arcebispo local, Cardeal Dom Jorge Bergoglio, que determinou que a Hóstia fosse fotografada profissionalmente. As fotos foram tiradas em 6 de Setembro de 1996. Mostram claramente que a Hóstia, que se tornou um pedaço de Carne sangrenta, tinha aumentado consideravelmente de tamanho.

Análises Clínicas

Durante anos, a Hóstia permaneceu no Tabernáculo e o acontecimento foi mantido em segredo estrito. Desde que a Hóstia não sofreu decomposição visível, o Cardeal Bergoglio decidiu mandar analisá-la cientificamente.

Uma amostra do Tecido foi enviado para um laboratório em Buenos Aires. O laboratório relatou ter encontrado células vermelhas e brancas do sangue e do tecido de um coração humano. O laboratório também informou que a amostra de Tecido apresentava características de material humano ainda vivo, com as células pulsantes como se estivessem em um coração.

Testes e análises clínicas: “Não há explicação científica”


Em 1999, foi solicitado ao Dr. Ricardo Castañón Gomez que realizasse alguns testes adicionais. Em 5 de Outubro de 1999, na presença de representantes do Cardeal Bergoglio, o Dr. Castañón retirou amostras do tecido ensanguentado e enviou a Nova York para análises complementares. Para não prejudicar o estudo, propositadamente não foi informado à equipa de cientistas a sua verdadeira origem.

O laboratório relatou que a amostra foi recebida do tecido do músculo do coração de um ser humano ainda vivo.

Cinco anos mais tarde (2004), o Dr. Gomez contactou o Dr. Frederic Zugibe e pediu para avaliar uma amostra de teste, novamente mantendo em sigilo a origem da amostra. Dr. Zugibe, cardiologista de renome, determinou que a matéria analisada era constituída de “carne e sangue” humanos. O médico declarou o seguinte:

“O material analisado é um fragmento do músculo cardíaco que se encontra na parede do ventrículo esquerdo, músculo é responsável pela contracção do coração. O ventrículo cardíaco esquerdo bombeia sangue para todas as partes do corpo. O músculo cardíaco tinha uma condição inflamatória e um grande número de células brancas do sangue, o que indica que o coração estava vivo no momento da colheita da amostra, já que as células brancas do sangue morrem fora de um organismo vivo. Além do mais, essas células brancas do sangue haviam penetrado no tecido, o que indica ainda que o coração estava sob stresse severo, como se o proprietário tivesse sido espancado”.

Evidentemente, foi uma grande surpresa para o cardiologista saber a verdadeira origem do tecido. Dois cientistas australianos, o cientista Mike Willesee e o advogado Ron Tesoriero, testemunharam os testes. Ao saberem de onde a amostra tinha sido recolhida, demonstraram grande surpresa. Racional, Mike Willesee perguntou ao médico por quanto tempo as células brancas do sangue teriam permanecido vivas se tivessem vindo de um pedaço de tecido humano que permaneceu na água. “Elas deixariam de existir em questão de minutos”, disse o Dr. Zugibe. O médico foi então informado que a fonte da Amostra fora inicialmente deixada em água durante um mês e, em seguida, durante três anos em um recipiente com água destilada, sendo depois retirada para análise.

Dr. Mike Willesee Zugibe declarou que não há maneira de explicar cientificamente este facto: “Como e por que uma Hóstia Consagrada pode mudar e tornar-se Carne e Sangue humanos? Permanece um mistério inexplicável para a ciência, um mistério totalmente fora da minha jurisdição”.

Abaixo, um vídeo com o depoimento do Dr. Castañón e imagens do Milagre.

http://www.bibliacatolica.com.br/blog/igreja/papa-francisco-e-o-milagre-eucaristico-de-buenos-aires/




quarta-feira, 29 de maio de 2013

FRANCESCA AMBROGETTI na Universidade Católica de Lisboa



A Bíblia das Testemunhas de Jeová





É habitual ver os testemunhas de Jeová pelas ruas, com uma bíblia debaixo do braço que abrem e citam continuamente para apoiar as suas mensagens. Mas essa Bíblia é a mesma que a da Igreja católica? De onde sai? Responde a estas questões o sacerdote Luis Santamaría, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), no portal católico Aleteia

. Reproduzimos de seguida as suas explicações.

1. Os testemunhas de Jeová tem uma versão peculiar da Bíblia: a denominada “Tradução do Novo Mundo das Santas Escrituras”.
Os testemunhas de Jeová, uma seita de origem cristã fundada nos Estados Unidos no século XIX, presume ser o grupo religioso mais apegado à Sagrada Escritura. Na apresentação da sua muito conhecida revista A Atalaia lemos: “esta publicação, editada sem interrupção desde 1879, é politicamente neutral e reconhece a Bíblia como máxima autoridade”. Outra revista sua popular, Despertai!, diz formar “parte de uma obra mundial de educação bíblica que se sustém com donativos”. Sem dúvida, é uma bíblia concreta a que empregam os testemunhas, trata-se da “Tradução do Novo Mundo das Santas Escrituras” (TNM), publicada pela Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc., a sociedade mercantil que está por detrás deste movimento.

Na sua web oficial os testemunhas de Jeová assinalam que a TNM “é uma versão exacta e simples. Imprimiu-se inteira ou em parte em mais de cem idiomas, e distribuíram-se mais de cento e setenta milhões de exemplares”. Em Espanha foi conhecida durante muito tempo pelas suas capas verdes, e agora a versão manual mais divulgada tem-nas negras. Mas encontramos desde edições de bolso até volumosas bíblias em letra grande de vários livros, passando pelo áudio ou inclusive o braille. Podemos dizer que há algo de “camuflagem”, já que somente se consigna nestas bíblias que são editadas pela Watchtower Society, mas não aparecem os testemunhas de Jeová em nenhum lado. Talvez seja um modo de evitar suspeitas e prejuízos por parte do leitor que desconheça a sua autoria.

2. Desde a sua fundação, a seita empregou diversas bíblias, mas no final terminou impondo aos seus adeptos a sua própria edição, muito controversa.
Depois da sua fundação por Charles Taze Russell, os testemunhas de Jeová (conhecidos nos seus inícios como “Estudantes da Bíblia”) começaram a utilizar e distribuir a Versão Autorizada (Authorized Version) da Sagrada Escritura. A partir de 1896 ficaram com os direitos de impressão de algumas traduções bíblicas ao inglês, que imprimiram durante várias décadas. Mais tarde deram-se conta de que as diferentes versões empregadas não satisfaziam as suas aspirações, porque interessava-lhes fundamentar biblicamente as suas afirmações doutrinais alheias ao cristianismo, e disseram que se tratava de traduções defeituosas, contaminadas por visões “sectárias ou mundanas”.

Por isso decidiram escrever a sua própria versão, a TNM, que se iniciou com a apresentação do Novo Testamento em 1950 e a bíblia completa em 1960. Quando tiveram a sua tradução “exclusiva”, deixaram de distribuir as traduções anteriores (como, por exemplo, a versão Reina-Valera, a mais utilizada pelos protestantes falantes de espanhol durante meio milénio). Houve um Comité de Tradução organizado pela seita e cujos integrantes permaneceram anónimos. A edição mais recente é a de 1984 em inglês, correspondente à de 1987 em espanhol.

Não empregam a divisão em dois testamentos, mas sim substituem esta denominação universalmente aceite (testamento vem do grego diatheke e do hebreu berit, termos que significam “aliança”) pela partição “Escrituras Hebreu-Arameias / Escrituras Gregas Cristãs”. Os livros denominados deuterocanónicos não aparecem na TNM, pois consideram-se apócrifos. E o mais curioso é que a versão jeová que manejámos da Bíblia não é uma tradução directa das línguas originais ao espanhol, mas sim é uma tradução da tradução inglesa.

3. Esta versão da Bíblia não pode considerar-se tradução, já que manipula conscientemente muitas das expressões da Sagrada Escritura para adaptá-las às doutrinas jeovás.
Os testemunhas de Jeová presumem de que, diferentemente de outras traduções, a TNM é uma “versão em linguagem moderna”. Na primeira página da edição assegura-se que foi realizada “consultando fielmente os antigos textos hebreu e grego”. É verdade que utilizam pontualmente outras traduções bíblicas, mas só para tomar os versículos que lhes interessam num momento determinado. Há um princípio doutrinal que marca as directrizes na hora de manipular na sua própria versão as passagens que façam falta e os faz procurar “apoios” noutras traduções que, além disso, denigrem como inexactas e falseadas. Este princípio é o estabelecido pela cúpula da seita através da Watchtower Society, e que aparece nas suas publicações, que dizem que se tem de ler, como se tem de ler e para que se tem de ler na TNM.

Tudo o que contradiga o seu aparelho doutrinal é modificado. Em primeiro lugar, quanto à divindade de Cristo. Observamos as manipulações, entre outras passagens bíblicas, em Jo 1,1 (“a Palavra era um deus”), Rm 9,5 (“o Cristo segundo a carne: Deus, que está sobre todos, [seja] bendito para sempre”), Tit 2,15 (“aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e de[l] Salvador nosso, Cristo Jesus”), e 2 Ped 1,1 (“por justiça de nosso Deus e de[l] Salvador Jesus Cristo”), dissociando nestes dois últimos casos Deus de Jesus, e introduzindo palavras nos dois primeiros, pisando assim o texto original grego. Também tudo o referente à identidade do Espírito Santo, que não só aparece em minúsculas, mas sim despersonalizado, como por exemplo em Gn 1,2 (“a força activa de Deus movia-se de um lado para o outro sobre a superfície das águas”).

Algo especialmente grosseiro é a forma de traduzir o verbo grego estin(“é”) nas palavras da Ceia do Senhor: “isto significa o meu corpo… este copo significa o novo pacto em virtude do meu sangue” (Lc 22,19-20). Encontramos falsificações semelhantes em tudo o relativo à escatologia, com os termos alma, inferno, etc. Um truque verdadeiramente curioso é o que aparece na pontuação das palavras de Jesus a um dos malfeitores crucificados com ele, para evitar qualquer ideia de retribuição imediata post mortem. Na TNM lemos assim: “verdadeiramente te digo hoje: estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). Mudam, além disso, o termo “cruz” por “madeiro de tormento” (assim, por exemplo, em Flp 2,8).

Vê-se que algumas passagens se lhes “colaram” no princípio, como a de Heb 1,6. Se na edição espanhola de 1961 se lia “e que todos os anjos de Deus o adorem”, na actual substitui-se o último verbo por “lhe rendam homenagem”, uma modificação clara do sentido do verbo grego original, proskyneo, que significa “adorar, prostrar-se de joelhos”.

4. De forma contraditória, os testemunhas de Jeová misturam na sua TNM o literalismo bíblico (fundamentalismo) com uma manipulação calculada de muitos dos seus textos. Autores de todas as denominações cristãs rejeitaram esta versão.
O especialista católico Prudencio Damboriena assinalou na TNM “um prejuízo hermenêutico adoptado pelos jeovás de dar um significado invariável e com frequência arbitrário a cada vocábulo… Daí não só o imobilismo exegético, mas sim também a fixação absurda de toda uma série de vocábulos bíblicos”. Fala também do “método defeituoso de tradução”, “desfigurado literalismo”, etc. O protestante espanhol Juan Antonio Monroy denominou a TNM “uma Bíblia truncada”, “um remendo de Bíblia”, “a versão mais infeliz”… E chegou a dizer que os testemunhas de Jeová terão que “dar conta de tamanho sacrilégio”.

Parece-me muito interessante esta reflexão que assina um autor evangélico, Daniel B. Wallace, fundador do Centro para o Estudo dos Manuscritos do Novo Testamento, quando comenta as diversas edições da bíblia em inglês: “devido à polarização sectária do grupo, assim como da carência de uma erudição bíblica genuína, eu creio que a TNM é a pior tradução em inglês. Tenta ser palavra por palavra, e na maioria dos casos é submissamente literal ao ponto de ter um inglês terrível. Mas, ironicamente, cada vez que uma ‘vaca sagrada’ é aniquilada pelos mesmos escritores bíblicos, os testemunhas de Jeová mudam o texto e recorrem a um tipo de tradução interpretativo”.

No documento “A interpretação da Bíblia na Igreja”, publicado pela Pontifícia Comissão Bíblica em 1993, explica-se em que consiste a leitura fundamentalista ou literal da Sagrada Escritura: “uma interpretação primária, literalista, quer dizer, que exclui todo o esforço de compreensão da Bíblia que tenha em conta o seu crescimento histórico e o seu desenvolvimento. Opõe-se, pois, ao emprego do método histórico-crítico, assim como de todo outro método científico para a interpretação da Escritura”. Isto é o que se passa na TNM, tanto no seu texto como na sua leitura por parte dos adeptos da seita. Daqui provêm consequências tão controversas como a sua rejeição das transfusões de sangue, por pôr um exemplo bem conhecido.

Continuando com o que diz o documento católico, a leitura fundamentalista “enraíza-se numa ideologia que não é bíblica, apesar de quanto digam os seus representantes. Ela exige uma adesão incondicionada a atitudes doutrinais rígidas e impõe, como fonte única de ensinamento sobre a vida cristã e a salvação, uma leitura da Bíblia que re-usa todo o questionamento e toda a investigação crítica”. Além disso, esta postura “tem frequentemente a tendência a ignorar ou negar os problemas que o texto bíblico apresenta na formulação hebraica, aramaico ou grega”.

5. As pessoas que empreguem a bíblia jeová, em definitivo, não têm entre as suas mãos uma tradução mais ou menos discutível do texto sagrado, mas sim uma falsificação.
Os testemunhas de Jeová publicaram versões interlineares da sua bíblia, onde pode observar-se com clareza onde estão as tergiversações do texto inspirado. Nestas edições aparecem os textos originais em hebreu e grego, com a tradução literal abaixo, palavra por palavra. E ao lado, o texto composto pela seita, que contradiz em numerosas ocasiões o que dizem as línguas antigas. Não podemos falar de uma tradução nem de uma Bíblia, nem sequer de uma interpretação, mas sim de uma clara falsificação.

Retomando o documento da Pontifícia Comissão Bíblica de 1993, cabe assinalar, aplicando-o aos testemunhas de Jeová, à sua TNM e sobretudo à sua forma de ler e interpretar a Escritura, que “a aproximação fundamentalista é perigosa, porque seduz as pessoas que procuram respostas bíblicas aos seus problemas vitais. Pode enganá-las, oferecendo-lhes interpretações piedosas mas ilusórias, em lugar de dizer-lhes que a Bíblia não contêm necessariamente uma resposta imediata a cada um dos seus problemas. O fundamentalismo convida tacitamente a uma forma de suicídio do pensamento”.

Para ampliar a informação:
- São cristãos os testemunhas de Jeová?
- Libro Os testemunhas de Jeová. Um guia para católicos (Vita Brevis, 2013).





segunda-feira, 27 de maio de 2013

"Oremos para que estes mafiosos se convertam a Deus e louvemos ao Senhor pelo luminoso testemunho de Pe. Giuseppe Puglisi"

Palavras do Papa durante a oração do Angelus de hoje na praça de São Pedro


Cidade do Vaticano, 26 de Maio de 2013


De regresso da visita pastoral à Paróquia romana dos santos Elizabete e Zacarias, às 12h, o Santo Padre Francisco apareceu na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para recitar a oração do Angelus com os fieis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Publicamos a seguir as palavras do Papa antes da oração mariana: 

***

Queridos irmãos e irmãs!
Bom dia! Esta manhã eu fiz a minha primeira visita a uma paróquia da Diocese de Roma. Agradeço ao Senhor e vos peço para orar pelo meu serviço pastoral na Igreja de Roma, que tem a missão de presidir a caridade universal.

Hoje é o domingo da Santíssima Trindade. A luz do tempo Pascal e de Pentecostes renove a cada ano em nós a alegria e o esplendor da fé: reconhecemos que Deus não é algo vago, o nosso Deus não é um Deus “spray”, é concreto, não é abstracto, mas tem um nome: “Deus é amor”. Não é um amor sentimental, emocional, mas o amor do Pai, que é a fonte de toda a vida, o amor do Filho que morreu na cruz e ressuscitou, o amor do Espírito que renova o homem e o mundo. E pensar que Deus é amor nos faz muito bem, porque nos ensina a amar, a nos doar uns aos outros como Jesus se doou a nós e caminha connosco. Jesus caminha connosco na estrada da vida.

A Santíssima Trindade não é produto do raciocínio humano, é o rosto com o qual Deus mesmo se revelou, não do alto de um trono, mas caminhando com a humanidade. É Jesus que nos revelou o Pai e nos prometeu o Espírito Santo. Deus caminhou com seu povo na história do povo de Israel e Jesus caminhou sempre connosco e nos prometeu o Espírito Santo que é fogo, que nos ensina tudo o que não sabemos, que dentro de nós nos conduz, nos dá boas ideias e boas inspirações.

Hoje louvamos a Deus não por um mistério particular, mas por Ele mesmo, “por sua imensa glória”, como diz o hino litúrgico. Louvamos a Ele, rendemos graças a Ele porque Ele é amor e porque nos chama a entrar no abraço da sua comunhão, que é a vida eterna.

Confiamos o nosso louvor às mãos da Virgem Maria. Ela, a mais humilde entre as criaturas, graças a Cristo já alcançou a meta da nossa peregrinação terrena: já está na glória da Trindade. É por isso que Maria, nossa Mãe, a Virgem Maria, resplandece para nós como um sinal de esperança segura. É a Mãe da esperança, em nosso caminho, Ela é a Mãe da esperança. É também a Mãe que nos conforta, a Mãe da Consolação e a Mãe que nos acompanha na caminhada. Agora rezemos todos juntos à Nossa Senhora, a Mãe que nos acompanha em nossa jornada.

Oração do Angelus
Palavras do Papa após o Angelus
Queridos irmãos e irmãs,
Ontem, em Palermo, foi beatificado Pe. Giuseppe Puglisi, sacerdote e mártir, morto pela máfia em 1993. Padre Puglisi foi um sacerdote exemplar, dedicado especialmente à pastoral juvenil. Ensinando as crianças segundo o Evangelho, as retirava do submundo e por isso este tentou derrotá-lo matando-o. Na realidade, porém, ele que venceu, com Cristo Ressuscitado.

Eu penso nas dores de tantos homens e mulheres, mesmo as crianças, que são explorados por muitas máfias, que os exploram obrigando-os a fazer um trabalho que os torna escravos, com a prostituição, com tantas pressões sociais. Por trás destas explorações, desta escravidão, existem as máfias. Oremos ao Senhor para que converta o coração dessas pessoas. Não podem fazer isso! Não podem fazer de nós, irmãos, escravos! Devemos orar ao Senhor! Oremos para que estes mafiosos se convertam a Deus e louvemos ao Senhor pelo luminoso testemunho de Pe. Giuseppe Puglisi e valorizemos seu exemplo!

Saúdo com afecto os peregrinos, famílias, grupos paroquiais vindos da Itália, Espanha, França e muitos outros países. Saúdo em particular a Associação Nacional São Paulo dos Oradores e dos Círculos Jovens, nascida há 50 anos a serviço dos jovens. Queridos amigos, São Felipe Néri, que hoje recordamos, e o Beato Giuseppe Puglisi apoiem seus esforços. Saúdo o grupo de católicos chineses aqui presente, reunido em Roma para rezar pela Igreja na China, invocando a intercessão de Maria Auxiliadora.

Dirijo um pensamento àqueles que promovem o “Dia do Alívio”, em favor dos doentes que vivem a recta final de sua caminhada terrena, bem como a Associação Italiana de Esclerose Múltipla. Obrigado por seu compromisso! Cumprimento a Associação Nacional Arma de Cavalaria e os fiéis de Fiumicello, perto de Pádua. Bom Domingo a todos e bom almoço!

(Tradução Canção Nova)



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