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terça-feira, 26 de março de 2013

O efeito católico imprevisto da morte e funeral de Diana de Gales

Rezar pelos mortos

O arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, considera que aquele 31 de Agosto de 1997 iniciou uma volta de Inglaterra às suas raízes.

Actualizado 26 de Março de 2013

C.L. / ReL


Foi o funeral de Diana de Gales (1961-1997) o princípio do fim da Reforma em Inglaterra? A ideia pode parecer ousada, mas foi a que passou pela cabeça do hoje arcebispo de Westminster quando viu passar o seu féretro há três décadas: "Recordo vividamente o cortejo que levava o corpo da Princesa Diana percorrendo Edgware Road. A rua estava abarrotada de gente. Lançavam flores para que ficassem no carro fúnebre. Alguém ao meu lado me disse: ´Cada uma dessas flores é uma oração por Diana´. E esse mesmo homem prosseguiu: ´Creio que este momento marca o fim da Reforma na Inglaterra´".

Monsenhor Vincent Nichols, que era então bispo auxiliar da diocese primada de Inglaterra, ficou dando voltas a esse pensamento. E acrescenta num documentário da BBC sobre templos britânicos que se emite esta quinta-feira: "Os ingleses estão redescobrindo a sua voz mais autêntica: ao chegar a morte, rezamos por aqueles que morreram. E estão redescobrindo a sua visão do mais além, que tão intensamente expressam as vidas dos santos".

Não é que o prelado estivesse "canonizando" a Diana de Gales, mas sim que sugeria o reviver de uma aproximação católica à morte depois de séculos de uma forma protestante de vê-la, e disse que costumes católicas como rezar pela alma dos mortos ou a crença nos santos, que tinham diminuído desde o século XVI, estão florescendo de novo, apontando como outros exemplos como os pequenos monumentos nas estradas (com fotos e flores) em homenagem dos seus familiares que morrem em acidente de trânsito.

Este reverdecer da fé na intercessão a que aponta Nichols como parte do ressurgir católico no país tem um sentido muito preciso: "A visão católica dos santos é que estão vivos no céu e estão atentos aos nossos esforços e ajudam-nos com as suas orações. Não se trata, pois, de recordar uma relação com eles, mas sim de uma relação viva com os santos. Às vezes acredita-se que adoramos os santos. Não é assim, mas sim que lhes oferecemos o nosso amor e lhes pedimos as suas orações, e nos fortalece o seu exemplo e a sua contínua presença como parte da Igreja viva".


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