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terça-feira, 19 de março de 2013

Missa na paróquia de Santa Ana

Homilia do papa Francisco


Cidade do Vaticano,


Como é belo isto: primeiro, Jesus a sós na montanha, rezando. Orava sozinho (cf. Jo 8,1). Depois, ele voltou para o templo e todo o povo foi até ele (cf. vers. 2). Jesus em meio ao povo. No fim, eles o deixaram sozinho com a mulher (cf. vers. 9). A solidão de Jesus! Mas uma solidão fecunda: a solidão da oração com o Pai e a solidão, tão bela, e que é justamente a mensagem de hoje da Igreja, da sua misericórdia para com aquela mulher.

Também há uma diferença no meio do povo: havia todas aquelas pessoas que iam até ele; ele se sentou e começou a ensinar. O povo que queria ouvir as palavras de Jesus, o povo de coração aberto, necessitado da Palavra de Deus. E havia outros que não ouviam nada, que não podiam ouvir; e eram aqueles que tinham ido até ali com aquela mulher: “Mestre, esta é uma tal, uma qual... Temos que fazer o que Moisés mandou fazer com essas mulheres” (cf. vv. 4-5).

Nós também, acredito, somos um povo que, por um lado, quer escutar Jesus, mas, por outro, às vezes gosta de bater nos outros, de condenar os outros. A mensagem de Jesus é esta: a misericórdia. Para mim, e eu digo isso com humildade, é a mensagem mais forte de Nosso Senhor: a misericórdia. Ele mesmo disse: eu não vim para os justos; os justos se justificam sozinhos. Senhor bendito, se tu podes fazer, faz, porque eu não posso! Mas eles acreditam que podem fazê-lo. Eu vim para os pecadores (cf. Mc 2,17).

Pensem naquela conversa depois do chamado de Mateus: “Mas ele anda com os pecadores!” (cf. Mc 2, 16). E ele veio para nós, quando reconhecemos que somos pecadores. Mas se nós somos como aquele fariseu, diante do altar: “Obrigado, Senhor, porque eu não sou como todos os outros homens, nem como aquele que está à porta, como aquele publicano” (cf. Lc 18,11-12), então nós não conhecemos o coração do Senhor e nunca teremos a alegria de sentir esta misericórdia! Não é fácil confiar-se à misericórdia de Deus, porque ela é um abismo incompreensível. Mas temos que nos confiar! “Ah, padre, se o senhor conhecesse a minha vida, não diria isso”. “Por quê? O que você fez?”. “Ah, eu fiz tantas coisas graves”. “Melhor! Vá até Jesus. Ele gosta quando você lhe conta essas coisas”. Ele esquece, ele tem uma capacidade de esquecer, especial. Ele esquece, te beija, te abraça e te diz apenas: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8, 11). Ele só nos dá esse conselho. Depois de um mês, já estamos de novo nas mesmas condições... Voltemos para o Senhor. O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca! Somos nós que nos cansamos ​​de pedir perdão a ele. E peçamos a graça de nunca nos cansarmos de pedir perdão, porque ele nunca se cansa de perdoar. Peçamos esta graça.

Palavras no final da Santa Missa
Alguns de vocês, aqui, não são paroquianos, como estes padres argentinos que estão aqui, e o meu bispo auxiliar, que por hoje serão paroquianos. Mas eu quero lhes apresentar um padre que veio de longe, que trabalha com os jovens da rua, com os usuários dependentes de drogas. Ele fez uma escola para eles, realizou muitas coisas para que eles conheçam Jesus. E todos aqueles jovens de rua agora trabalham, estudam, têm capacidade de trabalho, acreditam e amam Jesus. Gonzalo, por favor, venha saudar as pessoas. Rezem por ele. Ele trabalha no Uruguai, é o fundador do liceu João Paulo II e faz esse trabalho. Eu não sei como ele chegou aqui hoje. Depois vou saber. Obrigado. Rezem por ele.


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