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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Um ciclista profissional confessa a sua história de intensa dopagem depois de peregrinar a Medjugorje

Sofreu um tumor por causa da droga

Por medo a não ter contrato, Graziano Gasparre começou a dopar-se. Logo se agarrou a outras drogas e estevo a ponto de perder inclusive a sua família.

Actualizado 26 Fevereiro 2013

Javier Lozano / ReL


Graziano Gasparre é uma vítima mais da dopagem e a pressão que se exerceu durante anos no mundo do ciclismo, algo que destroçou a vida a muitos destes desportistas. Sem dúvida, tocar fundo fez que este profissional italiano tivesse que recorrer a Deus e graças a Ele pode reconciliar-se ele mesmo, com os demais e contar a sua história ao mundo para que não volte a repetir-se.

A Virgem Maria e a sua experiência
A dopagem massiva levou-o inclusive a agarrar-se a outro tipo de drogas como a cocaína e as anfetaminas. Perdeu totalmente o controle da sua vida, inclusive com a sua família e os seus filhos. Um cancro em consequência de tantos anos de dopagem foi a gota que encheu o vaso. A recuperação física, anímica e espiritual foi lenta e foi depois de uma peregrinação a Medjugorje quando se decidiu a contar a sua história, a sua descida aos infernos e advertir as jovens gerações dos riscos que correm e das consequências que podem ter pela dopagem.

A “tentação do êxito”
Gasparre era uma das grandes promessas do ciclismo italiano chegando a ser campeão da Europa. Chegava ao mundo do profissionalismo apontando muito alto e rapidamente conseguiu um bom contrato. Sem dúvida, chocou de frente com a realidade. O mundo do ciclismo profissional era mais competitivo do que esperava e não conseguia os resultados esperados.

Nesse momento surgiu a tentação. “Aí começou a minha experiência como dopado: por debilidade pessoal e também para adaptar-me a um sistema que não te deixa demasiadas opções. Estava o conselho desinteressado de um directivo, o desejo de manter a promessa que nos haviam feito de juniores, o medo de ficar sem contrato: era tudo demasiado tentador”. E como além disso “todo o mundo o fazia” decidiu embarcar-se num barco que não levava a bom porto.

Agarrado a outras drogas
Deste modo, começou com o tristemente conhecido EPO, com a hormona do crescimento e também testosterona. E a partir desse momento entrou numa espiral: para aguentar os duros treinos começou a tomar anfetaminas e logo cocaína com o objectivo de perder peso no Inverno. Mas o único que conseguiu foi uma dependência. Cada vez mais substâncias daninhas circulavam pelo seu organismo.

Apesar disso, Graziano Gasparre assegura que “nunca teve remorsos. Não me sentia um dopado e não tinha nenhum sentimento de culpa, simplesmente actuava como os demais”. Mas ainda que não quisesse ter cuidado “uma vez que se vêem os efeitos, é difícil sair pelo medo de permanecer sem contrato”.

“A dependência à cocaína permaneceu comigo durante anos. Não podia parar e de repente estava perdendo a minha família, a minha esposa e o meu filho”, conta agora depois de ver de Deus que devia contar a sua história.

Uma ajuda para sair da fossa
Mas uma série de acontecimentos foram passando na sua vida e que se à primeira vista parecem desgraças também puderam ser o começo da sua salvação. De completo na dopagem e sem conseguir destacados prémios no ciclismo, Gasparre sofreu em 2005 uma gravíssima queda que cortou a sua carreira depois de partir várias costelas e o tendão rotuliano do seu joelho direito.

Quando parecia que tudo acabava para ele apareceu Ivano Fanini, líder da equipa Amore Vita, cujo patrão honorífico era João Paulo II e que contra ventos e marés defendeu os valores cristãos. De facto, a sua oposição firme e cortante à dopagem valeram-lhe o desprezo do resto das equipas e ciclistas. “Deu-me uma oportunidade depois da lesão. Pus-me nas mãos dele quando se suspeitava que me dopava mas demonstrei-lhe que estava limpo e houve paz. Ivano estava muito próximo de mim e foi uma das pessoas que mais me ajudou nestes momentos difíceis”, assegura sobre este director que sempre pretendeu transmitir ao desporto os valores que propunha a Igreja.

Um tumor por causa da dopagem
Em 2009 finalmente retirou-se mas os seus problemas não acabaram aí. Os actos costumam ter consequências. E tantos anos de dopagem tiveram os seus efeitos. Recentemente, começou a sentir moléstias na nalga esquerda. Quando as dores se fizeram mais evidentes decidiu ir ao médico e foi-lhe detectado um tumor que devia ser operado rapidamente. Finalmente, a operação correu bem.

O doutor disse que as constantes injecções intramusculares e as constantes substâncias dopantes durante anos podem provocar a aparição do cancro. “Aceitei este duplo sistema e tomar medicamentos para uma satisfação pessoal estúpida. Um erro que me estava destruindo a vida. É algo que não pode suceder. Por isso hoje falo. E espero que alguém me escute”.

A sua peregrinação a Medjugorje
Fala agora depois de ir encontrar-se com a Virgem Maria em Medjugorje. Só depois deste encontro íntimo entre mãe e filho quis contar ao mundo a sua história para contribuir para que muitos jovens não sejam enganados como ele e saibam procurar a Verdade. Ele experimentou que apesar de estar no fundo da fossa, Deus nunca abandona os seus filhos e no pior momento ofereceu-lhe uma equipa como Amore Vita apadrinhada por João Paulo II e com uns valores que justamente necessitava para poder sair desta morte. Quanto bem terá feito o beato João Paulo II em todos estes anos?


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